Por Marcelo Sigwalt
Para Capitalist
Sinal de vitalidade da economia brasileira, em que pese riscos políticos, institucionais ou eleitorais, a captação no mercado de capitais do país atingiu R$ 404,8 bilhões, de janeiro a setembro deste ano, o que corresponde a quase o dobro do apresentado em 2020, segundo informou a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).
Recorde histórico – Um dos destaques do estudo é a renda variável que, no mesmo período citado, registrou captação de R$ 123,7 bilhões, considerado o maior volume apresentado na série histórica, enquanto a renda fixa, acrescida de ‘instrumentos híbridos, captou R$ 281,1 bilhões.
Emissão de ‘bonds’ – Em igual período, no exterior, empresas nacionais responderam pela emissão de US$ 23,5 bilhões em títulos de dívida (bonds, no jargão do mercado), ou o equivalente a R$ 49,23 bilhões, pelo câmbio da última terça (5).
Debêntures alongadas – No que se refere ao desempenho das debêntures – que captaram R$ 155,4 bilhões, no período em tela – o diretor da Anbima, José Laloni, prevê que o instrumento de renda fixa também deverá bater recorde este ano.
Prazos dilatados – Laloni comenta, ainda, que esses números sinalizam tendência de alongamento de prazos na emissão dos papéis: “Retornamos aos melhores momentos de alongamento de 2019”, admitiu, acrescentando que o alongamento de prazo pode ser atestado pela realização de operações de cinco anos a até dez anos de debêntures. De acordo com a Anbima, no terceiro trimestre do ano (2T21), ao menos 40,6% das operações tiveram prazos entre quatro e seis anos, enquanto outros 30,5% corresponderam a vencimentos superiores a sete anos. Em contrapartida, em igual período de 2020 (2T20) – início da pandemia – as operações com debêntures com prazos entre quatro e seis anos representavam somente 12,2% do total de debêntures negociadas.
Secundário recordista – No mercado secundário, por sua vez, as debêntures negociadas no terceiro trimestre do ano (3T21) bateram novo recorde da série histórica, com volume de R$ 57,1 bilhões. Outro dado divulgado pela associação mostra que, nos primeiros nove meses do ano, o volume negociado de debêntures no mercado secundário atingiu a soma de R$ 150,3 bilhões, pouco abaixo dos R$ 177,6 bilhões verificados no ano passado e bem acima dos R$ 113,6 bilhões de 2019. Igualmente com demanda crescente, o novo fundo de investimentos do agronegócio (Fiagro) já conta com 14 ofertas em análise pela Anbima, informou Laloni.