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11 de setembro de 2025 23:15

BNDES amplia investimentos na Nova Indústria Brasil para R$ 300 bilhões até 2026

BNDES amplia investimentos na Nova Indústria Brasil para R$ 300 bilhões até 2026

Anúncio foi feito por Aloizio Mercadante durante evento no Rio de Janeiro. Banco já destinou R$ 205 bilhões às seis missões da política industrial do governo federal.
O presidente do BNDES Aloizio Mercadante | Foto: Divulgação

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou na segunda-feira (27) a ampliação dos investimentos na Nova Indústria Brasil (NIB), política industrial lançada pelo governo federal. O valor inicial de R$ 259 bilhões foi elevado para R$ 300 bilhões, com previsão de aplicação até o final de 2026. O anúncio foi feito pelo presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, durante evento realizado na sede da instituição, no Rio de Janeiro.

Participaram da cerimônia o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, e a presidenta da Petrobras, Magda Chambriard.

Mercadante destacou o impacto das ações do governo na retomada do crescimento da indústria nacional. “O Brasil saltou da 40ª para a 25ª posição no ranking mundial da indústria, segundo o indicador do IEG. Isso é um marco. E o BNDES teve um papel crucial nesse processo”, afirmou. Entre 2022 e 2024, o crédito concedido pelo Banco ao setor industrial cresceu 132%.

O presidente do BNDES também citou dados do Fundo Monetário Internacional (FMI) sobre a queda da participação da América Latina no PIB global e alertou: “Ou construímos uma relação mais criativa e inovadora entre Estado e mercado ou dificilmente os países em desenvolvimento poderão reconstruir suas indústrias e superar o hiato tecnológico”.

Apoio à indústria e reforma tributária

O ministro Fernando Haddad ressaltou que a reforma tributária aprovada pelo Congresso será um dos grandes legados da atual gestão, com impacto direto na competitividade da indústria. Ele destacou que as novas regras, previstas para 2027, trarão “a desoneração total de investimentos e exportações e o fim da guerra fiscal entre os estados e deles com a União”.

O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban, defendeu políticas industriais abrangentes e criticou os altos custos da energia no país. “O Brasil não pode continuar tendo um dos custos mais baratos de produção de energia e um dos preços mais caros”, afirmou.

Já o vice-presidente Geraldo Alckmin chamou a atenção para a integração entre indústria, agronegócio e comércio. Segundo ele, o avanço de um setor impulsiona os demais. Alckmin também anunciou a criação da Letra de Crédito do Desenvolvimento (LCD), voltada à indústria e ao comércio. “É um crédito mais barato, porque a pessoa física não paga imposto de renda se comprar o título e a pessoa jurídica paga menos”, explicou.

Alckmin reforçou que o crescimento de 3,8% na indústria de transformação em 2024 teve peso relevante para o avanço de 3,4% do PIB nacional. Ele ainda defendeu o combate ao “custo Brasil” como condição essencial para aumentar a competitividade externa.

Investimentos já aplicados e setores beneficiados

Desde janeiro de 2023, o BNDES já aplicou R$ 205 bilhões — ou 80% do valor inicialmente previsto — nas seis missões estratégicas da NIB:

  • R$ 56,2 bilhões para a agropecuária
  • R$ 7,1 bilhões para a saúde
  • R$ 50,8 bilhões para infraestrutura
  • R$ 49,6 bilhões para digitalização
  • R$ 17,6 bilhões para descarbonização
  • R$ 23,9 bilhões para a defesa

Petrobras e a transição energética

Durante o painel sobre a transição verde, a presidenta da Petrobras, Magda Chambriard, afirmou que a companhia está comprometida em ampliar a oferta e reduzir o preço do gás natural, com foco no setor petroquímico e na produção de fertilizantes.

A executiva anunciou ainda investimentos voltados à reindustrialização, incluindo a contratação de 48 embarcações com ao menos 40% de conteúdo local, a implantação de 14 novas plataformas e a renovação da frota da empresa até 2026. “Precisamos da indústria preparada para nos atender”, declarou.

Ela também destacou que o plano de investimentos quinquenal da estatal prevê US$ 16,5 bilhões para projetos de transição energética.

Discussões e próximos passos

O evento contou com painéis sobre inovação, cadeias estratégicas e casos de sucesso na reindustrialização. Estiveram presentes representantes do governo federal, entidades industriais como Abimaq, Abiquim, Abdib e Clube de Engenharia, além de empresas como Embraer, Latam, Tupi, FarmaBrasil e WEG.

Com a ampliação do orçamento da NIB, o governo sinaliza a continuidade do esforço para reverter o processo de desindustrialização do país, com apoio do BNDES e de outras instituições como a Finep e a Embrapii, reforçando a meta de retomar a competitividade da indústria brasileira no cenário global.

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