Por Eliane Oliveira
Para O Globo – Brasília
Paulo Guedes, ministro da Economia, passa a ter uma força única na área energética do governo com a saída de José Mauro Coelho da presidência da Petrobras. No início do mandato de Jair Bolsonaro, Guedes chegou a ser influente na Petrobras, ao conseguir nomear o amigo Roberto Castello Branco, que acabou demitido pelo presidente da República em fevereiro do ano passado. No lugar de Castello Branco, Bolsonaro colocou o general Luna e Silva.
Agora, Paulo Guedes volta a ter uma influência ainda maior não apenas com a troca de comando na Petrobras, mas no próprio Ministério de Minas e Energia. Adolfo Sachsida, que era da equipe de Guedes, assumiu a pasta no lugar do almirante Bento Albuquerque, da ala militar do governo.
Os sinais emitidos por Sachsida, desde que assumiu, é que ele pretende trabalhar em parceria com o ministro da Economia. Seu primeiro ato foi entregar a Guedes um pedido de estudos para a privatização da Petrobras e da Pré-Sal Petróleo (PPSA).
A saída de José Mauro Coelho da presidência da Petrobras fortalece o ministro da Economia. Guedes sempre tentou, sem sucesso, emplacar Caio Paes de Andrade, secretário de desburocratização da pasta. Com a substituição de Bento por Sachsida na pasta de Minas e Energia, foi uma questão de tempo para Guedes para convencer Bolsonaro a fazer a troca no comando da estatal.
Segundo um interlocutor próximo a Guedes, Caio Paes de Andrade será um braço importante de Sachsida no processo de privatização da Petrobras, ainda mais em um momento de turbulência no mercado mundial de combustíveis. O futuro presidente da estatal é tido como uma pessoa competente, que ganhou prestígio com a implementação do GOV.BR, considerado “uma revolução digital”.