Por Weruska Goeking
Para Valor Investe — São Paulo
O Brasil detém o pouco honroso primeiro lugar no pódio do ranking de maiores juros reais do mundo, conforme levantamento da gestora Infinity Asset, levando em consideração a alta de 0,50 ponto percentual na taxa básica de juros anunciada hoje pelo Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central. Com a nova elevação, a 11ª consecutiva, a Selic alcança 13,25% ao ano. A taxa real é o juro nominal com o desconto da inflação.
Entre 167 países analisados, 62,28% tiveram seus juros mantidos na última reunião do respectivo banco central, 33,53% aumentaram e 4,19% cortaram.
“Ainda que se preservem parte dos programas de alívio quantitativo, o movimento global de políticas de aperto monetário continuou a ganhar força, com o aumento expressivo no número de BCs sinalizando preocupação com a inflação, em especial devido à guerra, aos recentes choques de oferta e perspectiva de alta nas commodities, com diversas altas de juros”, afirma a Infinity, em relatório.
O cálculo da gestora considera a inflação projetada para os próximos 12 meses, coletada do relatório Focus, de 5,32%, e a taxa de juros do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) a mercado dos próximos 12 meses no vencimento mais líquido (de julho de 2023, neste caso), referência para mostrar a expectativa do mercado em relação aos próximos movimentos do Copom.