A expansão da energia eólica no Nordeste ganha força com o apoio de agências de desenvolvimento regional, como a Sudene, e bancos oficiais. A Superintendência acaba de liberar a segunda parcela do financiamento para três novos parques eólicos na Bahia, que receberão investimentos no valor de R$ 716 milhões, dos quais R$ 398,8 milhões provêm do fundo FNDE, administrado pela autarquia.
Essa parcela do empréstimo totaliza R$ 106,8 milhões e será destinada aos parques Assuruá 5 I, Assuruá 5 II e Assuruá 5 III, localizados nos municípios de Xique-Xique e Gentio do Ouro, na microrregião de Irecê, às margens do rio São Francisco.
Os recursos foram contratados pelo Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FDNE) no ano passado, com o Banco do Brasil atuando como agente operador do financiamento e responsável pelas três parcelas do empréstimo.
Danilo Cabral, à frente da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), destaca que o FDNE é voltado para investimentos em infraestrutura, serviços públicos e empreendimentos produtivos com grande capacidade de gerar novos negócios e atividades produtivas.
Como contrapartida à operação, a Omega Desenvolvimento de Energia, empreendedora privada desses parques incentivados, deverá executar diversas ações nas áreas de educação ambiental, proteção à saúde, utilização de mão de obra local, recuperação de áreas degradadas, controle do desmatamento, afugentamento e resgate da fauna, além de manter relações com a comunidade, incluindo comunicação social.
Energia Eólica na Bahia
O parque Assuruá 5 III entrou em operação no início deste ano. Enquanto isso, os parques Assuruá 5 I e Assuruá 5 II encontram-se em fase de construção. A capacidade total dessas usinas é de 116 megawatts (MW).
Outros três parques do mesmo grupo também contam com recursos do FDNE: Assuruá 5 IV, Assuruá 5 V e Assuruá 5 VI, cujos empréstimos foram aprovados em maio deste ano. O investimento total previsto nessas plantas é de R$ 702,10 milhões, com R$ 415,32 milhões provenientes do fundo.
Esses empreendimentos fazem parte do Complexo Eólico Assuruá, composto por 15 projetos, que atualmente possuem uma capacidade instalada de 353 MW. A expectativa da Omega é elevar essa potência para 808,1 MW com a conclusão de duas usinas do complexo até o final deste ano.
Além da Bahia, a Omega Energia possui parques geradores em outros dois estados nordestinos – Piauí e Maranhão – e em Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. Além disso, a companhia também opera nos Estados Unidos.
Nordeste: Polo da Energia Eólica
A Omega Energia segue a tendência de outros grandes players do setor de energia eólica, que estão concentrando seus investimentos no Nordeste, considerado a nova fronteira energética do país, com potencial para desempenhar um papel global na descarbonização da economia. O Ministério das Minas e Energia prevê investimentos privados de R$ 200 bilhões em geração eólica na região até o próximo ano.
De acordo com a Associação Brasileira Eólica (ABEEólica), mais da metade das usinas eólicas do Brasil está localizada no Nordeste, incluindo o maior empreendimento do gênero na América Latina, o Parque Lagoa dos Ventos, no Piauí, que conta com mais de 200 turbinas. Os estados líderes em geração eólica na região são o Rio Grande do Norte e a Bahia.