Por Redação
Para Investindo Por Aí
Já se falou em responsabilidade social, em sustentabilidade e em governança. Agora, as empresas em todo o mundo resolveram sistematizar seus investimentos responsáveis em uma sigla que segue parâmetros internacionais. Estamos falando da ESG – em português, a referência para as iniciais de Ambiental (Environmental), Social (idem) e Governança Corporativa (Corporate Governance). Mas como essa tendência se desenvolve pelos estados do Nordeste? Há alguma particularidade regional e cultural entre as empresas instaladas nessa parte do Brasil?
Para responder a essa questão, o Investindo por Aí apresentará diferentes exemplos de organizações instaladas no Nordeste para contar como elas estão investindo nas três áreas de ESG. Para muitos investidores, a agenda socioambiental de companhias fora do cinturão Rio-São Paulo é obscura porque concentra-se em ações para os colaboradores, com objetivo de melhorar o ambiente de trabalho. A demanda por atuações mais concretas, inclusive nas questões de governança, vai muito além dos projetos internos. É o que a série do IPA pretende descortinar para seus leitores.
Um dos grandes temas da pauta ESG no mundo se refere à contribuição das empresas para ajudar o mundo a enfrentar a mudança climática por meio de ações a favor, principalmente, da redução de gases poluentes e causadores do efeito estufa. Grandes corporações no mundo estão estabelecendo metas rigorosas para alcançar o famoso NET Zero, ou seja, o ponto em que a empresa terá uma emissão líquida “neutra” de carbono.
Projetos de NET Zero envolvem todas as unidades da organização, especialmente as industriais, para atuar na preservação de recursos naturais, alterar sua composição energética e criar alternativas inteligentes para o reaproveitamento de matéria-prima, entre outras tantas ações ambientais. O Nordeste é um celeiro de projetos de energia limpa, com produção de eletricidade de matriz eólica e solar. Pólos de produção de hidrogênio verde, conforme o IPA já relatou (http://localhost/investindoporai/ceara-anuncia-mais-de-us-2-bi-em-investimentos-para-producao-de-hidrogenio-verde/), se formam na região, com grande atratividade para o investidor europeu.
Na área social, as empresas do Nordeste têm grandes desafios frente a uma população local com perfil de renda menor do que regiões como Sul e Sudeste. Aspectos como inclusão das mulheres em cargos de liderança e uma pauta mais aberta à diversidade de gênero também são desafiadores na região. Tudo indica que grandes companhias buscam alinhar seus projetos com uma transformação cultural interna para vencer preconceitos.
E no lado da Governança Corporativa, o G da sigla, a importância está em atender as expectativas de potenciais investidores por transparência e por práticas de gestão inibidoras de riscos. Empresas verdadeiramente comprometidas com ESG tendem a estar blindadas a crises de reputação, a decisões estratégicas definidas apenas pelo humor de acionistas familiares e a passivos legais ou jurídicos. Por isso, a transformação das empresas motivadas pela agenda ESG começa mesmo internamente, mas também precisa ser contada abertamente. E essas histórias serão apresentadas ao longo das próximas semanas aqui.