O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou uma medida importante para fomentar a inovação nas regiões Norte e Nordeste do Brasil. O valor mínimo para o financiamento de projetos de inovação, no âmbito do Programa BNDES Mais Inovação, foi reduzido de R$20 milhões para R$10 milhões. Esta iniciativa tem como objetivo ampliar o apoio a empresas dessas regiões, promovendo o desenvolvimento econômico e social.
Historicamente, as regiões Norte e Nordeste enfrentam um déficit de desenvolvimento, com uma predominância de fábricas voltadas a setores básicos e de baixa qualificação. Essas áreas necessitam de estímulos para superar as diferenças na indústria e em outros setores produtivos.
“O objetivo estratégico do governo do presidente Lula é promover o desenvolvimento econômico e social em todo o país, e reduzir as desigualdades regionais. Com essa medida, queremos ampliar o apoio direto do Banco às empresas das duas regiões e estimular investimentos em pesquisa e desenvolvimento”, explica o presidente da instituição, Aloizio Mercadante.
Fique por dentro dos detalhes do financiamento
O Programa BNDES Mais Inovação agora disponibiliza um valor mínimo de R$10 milhões, tornando o crédito mais acessível para um número maior de empresas. Esta linha de financiamento está dividida em três subprogramas: investimento em inovação, aquisição de bens inovadores e difusão tecnológica.
- Investimento em inovação: Recursos para desenvolvimento de novos produtos e processos;
- Aquisição de bens inovadores: Financiamento para compra de equipamentos e tecnologia de ponta;
- Difusão tecnológica: Apoio para a implementação e disseminação de novas tecnologias;
Os recursos utilizados pelo BNDES para esta linha de financiamento provêm do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT).
Como acessar o crédito
De acordo com o superintendente da área de Desenvolvimento Produtivo e Inovação do BNDES, João Paulo Pieroni, para acessar o financiamento direto com o BNDES, o primeiro passo é passar pelo processo de habilitação no site do Banco, que consiste em uma análise cadastral e de risco de crédito da empresa.
O superintendente explica que de acordo com a última Pesquisa de Inovação do IBGE, mais de 75% das empresas inovadoras estão localizadas no Sul e no Sudeste, enquanto apenas 14% nas regiões Norte e Nordeste. “A mudança do valor mínimo para operações diretas nessas regiões, que passa de R$ 20 milhões para R$ 10 milhões, busca ampliar o alcance do programa, contribuindo para o desenvolvimento regional e a redução das desigualdades”, afirma.
Pieroni conta ainda que as taxas de juros oferecidas são muito atrativas e estão vinculadas ao custo financeiro em Taxa Referencial (TR), que acumulou apenas 1,24% nos últimos 12 meses. Além disso, ele explica que a taxa depende do item a ser financiado, além de serem oferecidas condições mais favoráveis para apoio a micro, pequenas e médias empresas (MPMEs).
Quem pode solicitar:
- Empresas sediadas nas regiões Norte e Nordeste;
- Iniciativas relacionadas à nova Política Industrial ou políticas nacionais ligadas ao meio ambiente, plantas pioneiras, difusão tecnológica, digitalização e parques tecnológicos.
Passos para solicitar:
- Preparar um projeto detalhado que se enquadre nos subprogramas mencionados;
- Contatar o BNDES ou utilizar a plataforma online do banco para iniciar o processo de solicitação;
- Acompanhar as etapas de análise e aprovação do financiamento.
Benefícios para as regiões Norte e Nordeste
A redução do valor mínimo para o financiamento de projetos de inovação visa não só incentivar a criação de empregos e a melhoria da infraestrutura local, mas também reduzir as desigualdades regionais através do estímulo à inovação. Com o avanço das energias renováveis, especialmente o hidrogênio verde, a expectativa é que o Norte e Nordeste se beneficiem significativamente do processo de reindustrialização do país.
“Uma das missões da Nova Indústria Brasil é fomentar a inovação no país. Portanto, essa iniciativa é um estímulo concreto para viabilizar projetos inovadores fora dos grandes centros”, defendeu José Luís Gordon, diretor de Desenvolvimento Produtivo, Inovação e Comércio Exterior do BNDES.