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17 de maio de 2024 16:32

EXCLUSIVO: Brasil tem potencial para zerar emissão de gases causadores do aquecimento global, diz Fiec

EXCLUSIVO: Brasil tem potencial para zerar emissão de gases causadores do aquecimento global, diz Fiec

Nordeste do Brasil tem grande potencial para implementar outros recursos energéticos
Resíduos da construção civil se transformam em brita e areia

Por Jackson Barbosa
Para Investindo Por Aí

A Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec) e a Associação Nordeste Forte – que reúne as demais federações de indústrias da região -, querem a implementação imediata de projetos de descarbonização, especialmente os de hidrogênio verde, que é um vetor de energia capaz de reduzir a emissão de gases que causam o efeito estufa e o aquecimento global. O presidente das duas entidades, Ricardo Cavalcante, defende a redução drástica da emissão de gases e avalia que o mercado de créditos de carbono ganhou força após a Conferência da ONU sobre Mudança do Clima (COP26), em 2021.

Joaquim Rolim, coordenador do Núcleo de Energia da Fiec, enfatiza que o setor energético é responsável por cerca de 72% da emissão de gases nocivos à sustentabilidade do planeta. Como a matriz de energia brasileira já é uma das mais limpas do mundo, acredita que o país está entre os poucos capazes de zerar a emissão de gases nocivos até 2050, desde que mantenha e intensifique seus investimentos em fontes renováveis. “A Fiec tem participado ativamente de projetos relacionados ao desenvolvimento do hidrogênio verde e assuntos correlacionados” e “tem observado um crescente interesse com o processo de descarbonização do planeta”, disse Rolim ao Investindo Por Aí.

Na COP26, a Federação das Indústrias do Ceará defendeu que o Nordeste do Brasil tem grande potencial para implementar outros recursos energéticos, entre eles o solar e o eólico. A Federação também defendeu que essas novas matrizes criarão amplas condições para o desenvolvimento econômico e social do Ceará e dos demais estados da região. No Ministério de Minas e Energia, em Brasília, Joaquim Rolim atua com o objetivo de ajudar a definir os procedimentos para a certificação de um modelo de créditos de carbono voltado especificamente ao setor elétrico.

Recentemente, a Fiec instituiu um núcleo para fortalecer “uma cultura empresarial baseada nas áreas ambiental, social e de governança, com abrangência em todos os segmentos de negócios”, complementa Rolim, ao destacar outra iniciativa fomentada como desdobramento da COP26. As indústrias estabelecidas no Ceará geram mais de 600 mil empregos formais.

A partir da próxima quinta-feira (17), entrará em funcionamento a primeira usina alagoana de geração de energia elétrica por biogás oriundo do metano, gás produzido no processo de decomposição do lixo. O projeto, da Alagoas Ambiental, amplia a atuação do empreendimento, que já transforma o chorume em água limpa e a metralha em material nobre de construção civil. Pela parceria com o Banco do Nordeste, a empresa apostou no FNE Verde, linha do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste, destinada a investimentos ambientalmente sustentáveis, para diversificar e modernizar seu trabalho. A usina está implantada no Centro de Tratamento de Resíduos (CTR) Metropolitana, localizado no município de Pilar, e tem capacidade para gerar um megawatt/hora de energia, suficientes para suprir a rede elétrica de cinco mil unidades residenciais.

 

Usina Caeté e a sustentabilidade como valor agregado

Entre empresas da região Nordeste que apostam na migração para uma matriz de energia limpa está a Usina Caeté, que produz açúcar, etanol e bioeletricidade em três unidades distintas (uma delas em Alagoas). A organização entende que as deliberações da Conferência da ONU sobre Mudança do Clima são oportunas, urgentes e necessárias. “A consciência ambiental, hoje, tornou-se uma imposição da nova sociedade de consumidores, onde a prática de sustentabilidade na produção tem grande valor agregado”, diz o diretor administrativo e de suprimentos da empresa, Paulo Couto Ramalho de Castro.

Detentora de um sistema próprio de gestão ambiental, a usina tem procurado a padronização de suas atividades, incluindo a reciclagem da biomassa do bagaço de cana para geração de energia elétrica e a reutilização de resíduos sólidos orgânicos. A padronização exige procedimentos internos e o constante monitoramento das mais diversas atividades, para que impactos danosos ao meio ambiente sejam evitados. Por causa dessas ações, a empresa conquistou certificação da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), com permissão para emitir e comercializar créditos de descarbonização.

O sistema de gestão ambiental da Usina conta, inclusive, com sete Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPN´s), todas aprovadas pelo Instituto do Meio Ambiente do Estado de Alagoas, o que atesta, segundo Castro, um compromisso permanente com a sustentabilidade do planeta. A Usina Caeté ainda dispõe de um viveiro que gera, por ano, 100 mil mudas de 60 espécies de árvores nativas da Mata Atlântica, destinadas a manter as sete reservas. O excedente é doado para colaboradores, escolas, parceiros e às comunidades que ficam no entorno das bases operacionais da empresa em Alagoas e em São Paulo. No total, a Usina Caeté oferta quase 8.500 postos de trabalho diretos.

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