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8 de maio de 2024 19:39

EXCLUSIVO: Empresas do Nordeste buscam avançar em práticas a favor da diversidade

EXCLUSIVO: Empresas do Nordeste buscam avançar em práticas a favor da diversidade

Mesmo durante a pandemia grandes organizações investem em ações de inclusão de gênero
CD da Votorantim, em Juazeiro do Norte (CE), é operado 100% por mulheres

 

Por Jackson Barbosa
Para Investindo Por Aí

Apesar da crise sanitária causada pela pandemia do novo Coronavírus, muitas empresas do Nordeste mantêm investimentos em programas que visam maior inserção e valorização da mulher no mercado de trabalho, em conformidade com as diretrizes adotadas pelo Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher (Unifem) e Organização Internacional do Trabalho (OIT). São programas para o enfrentamento de desigualdades e transformação das empresas em ambientes inclusivos, como os que ocorrem na Votorantim Cimentos, Bahiagás (Companhia de Gás da Bahia) e Chesf (Companhia Hidrelétrica do São Francisco).

Em 2020, a Votorantim contava com 11.783 empregados, sendo 1.771 mulheres. No primeiro semestre de 2021, a contratação de mão de obra feminina teve um crescimento de 221%, inclusive para setores operacionais. Em plena pandemia, em agosto de 2021, a Votorantim inaugurou um centro de distribuição (CD) em Juazeiro do Norte, no Ceará, onde trabalham somente mulheres. É uma unidade que tem potencial para distribuir, mensalmente, 20 mil toneladas de cimento e outros produtos. Para a empresa, o centro representa um marco na política de inclusão da força de trabalho feminina.

Dois anos antes da inauguração do CD no Ceará, 15% dos cargos de gerência ofertados pela Votorantim eram ocupados por mulheres. Aos poucos, esse percentual foi subindo, chegando a 18,8% em 2019. Atualmente, as mulheres ocupam 23% dos cargos técnicos, de analistas e de supervisão nas diversas unidades da empresa. Até 2030, prevê o gerente Alexandro Ferreira da Silva, a Votorantim terá ao menos 25% de mulheres ocupando cargos de chefia. Aliás, o Conselho de Administração da Votorantim Cimentos, a mais alta instância de decisão da empresa, já conta com uma representante feminina, a economista Clarissa Lins.

Entre as iniciativas voltadas a empregos exclusivos para mulheres, Alexandro Silva destaca o Programa Lidera VC, que começou em 2020 e é destinado ao desenvolvimento de mulheres líderes. As participantes da primeira turma estão em cargos de gerência e gerência geral de planejamento estratégico, pesquisa e desenvolvimento, marketing e controladoria, segurança do trabalho, área comercial e recursos humanos. Outra iniciativa é o Programa de Formação de Engenheiras de Confiabilidade, com duração de 18 meses. Concluída a capacitação, as profissionais irão trabalhar na área de manutenção das fábricas, em setores estratégicos, concebidos para garantir que os equipamentos operem sem falhas. Na Votorantim, a licença-maternidade é de 180 dias.

 

Comitês especiais na Bahiagás e Chesf

A Bahiagás, concessionária de gás natural, mantém um Comitê Pró-Equidade de Gênero e Raça. O objetivo é “contribuir para a eliminação de todas as formas de discriminação no acesso, remuneração, ascensão e permanência no trabalho”, segundo informou a assessoria de comunicação da empresa. O Comitê detém autonomia para executar ações em prol da melhoria da cultura organizacional, podendo propor soluções relacionadas a gênero e raça e que assegurem valorização e empoderamento. Um dos valores da Bahiagás defende “ética, transparência e respeito às pessoas e à diversidade humana e cultural”.

Nos últimos concursos para contratação de funcionários, a empresa reservou 30% das vagas para candidatos negros. Outras conquistas contabilizadas pelo Comitê dizem respeito à ampliação da licença-maternidade para seis meses, inclusão de informações sobre raça nas fichas dos empregados e plano de saúde para os companheiros de empregados e empregadas que declaram vivenciar relações homoafetivas.

Na Chesf, a Companhia Hidrelétrica do São Francisco, existem dois comitês distintos: o de Acessibilidade e Inclusão e o de Gênero e Raça, ambos integrados à Diretoria de Gestão Corporativa. A companhia conta com um Programa de Assistência à Pessoa com Deficiência, que beneficia também os dependentes dos empregados. Dos 144 funcionários com deficiência, 120 estão inscritos no programa.

Em relação a gênero, merecem destaque o desenvolvimento de equipamentos de proteção específicos para mulheres, a instalação de uma sala de aleitamento materno e a elaboração de um conjunto de normas contra assédio moral e violência sexual, física e psicológica. As mulheres também têm assegurada a dispensa para exames pré-natais no horário de trabalho. De acordo com Vinícius Lima, integrante do Comitê de Acessibilidade e Inclusão, a Chesf criou o hábito de promover debates sobre inclusão, racismo, homofobia, acessibilidade e combate à violência contra a mulher. “O caminho ainda é longo, mas há muito avanço graças à existência dos Comitês”, enfatiza Lima.

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