Jornalismo econômico para a inovação no Nordeste -
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6 de dezembro de 2024 10:00

Exclusivo: Mercado imobiliário cresce acima das expectativas no Nordeste

Exclusivo: Mercado imobiliário cresce acima das expectativas no Nordeste

Mudanças na política habitacional e a redução da emigração de nordestinos são alguns dos fatores apontados por especialistas para o aumento da demanda por imóveis

Apesar dos desafios trazidos pelos anos de pandemia e pela paralisação temporária de diversos setores da economia desde 2020, o período trouxe resultados surpreendentes para o setor imobiliário, com uma demanda que superou todas as expectativas das construtoras. A avaliação é de Alessandro Almeida, diretor-comercial da MRV Engenharia no Nordeste.

“As pessoas começaram a valorizar mais o seu lar, seu espaço, sua família, resultando em uma busca por imóveis maior do que a esperada pelo setor. Além disso, acreditamos que alguns fatores que também justificam esse aumento seja o desaquecimento da inflação e as melhorias recentes no programa Minha Casa, Minha Vida”, diz.

Alessandro Almeida | Foto: acervo pessoal

Alessandro Almeida destaca que, no primeiro trimestre de 2023, o mercado imobiliário nordestino movimentou cerca de R$ 15,8 bilhões, segundo dados divulgados pela Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (ABRAINC).

“Recentemente, realizamos um levantamento para mensurar a procura da população brasileira pela casa própria. Além de notar uma alta de 54% na busca nacional em julho, se comparado ao mesmo período do ano anterior, também constatamos que houve uma crescente de 31,64% das prospecções da construtora na região Nordeste”, afirma.

Oportunidades trazidas pelo Minha Casa, Minha Vida

O diretor-comercial conta ainda que o reenquadramento das faixas de renda e o aumento do subsídio do MCMV foram fatores determinantes para a expansão da demanda, proporcionando taxas de juros mais competitivas, especialmente nas regiões Norte e Nordeste.

“Nesse sentido, o cenário para a MRV é bastante otimista. Com as mudanças do programa Minha Casa, Minha Vida, a empresa está com 92% do seu portfólio atual enquadrado nas regras do programa, com mais de 35 mil unidades disponíveis em todo país”, conta Almeida.

Alessandro destaca que a MRV se antecipou aos movimentos positivos do mercado imobiliário e está preparada para atender à crescente demanda por imóveis habitacionais.

“A MRV tem um landbank bem estruturado, nosso planejamento sempre trabalha com uma perspectiva de 5 anos de operação. Hoje, com MRV e Sensia, temos um portfólio de produtos capaz de atender a demanda em diferentes nichos e perfis de clientes, trazendo propostas distintas e complementares para o mercado nacional”, destaca.

Para quem planeja investir no setor imobiliário do Nordeste, o diretor comercial orienta que o investidor, primeiramente, aproveite os benefícios oferecidos pelo governo federal.

Reprodução

“Atualmente, 90% da população brasileira está elegível para fazer parte do programa Minha Casa, Minha Vida. No Nordeste, a MRV tem opções para as 3 faixas de renda e está otimista com planejamentos de novos lançamentos para 2024. Além dos benefícios do programa, a MRV ainda oferece outras facilidades, como a entrada facilitada, tudo para o cliente realizar o sonho do seu ‘Primeiro Apê’”, explica.

“A tendência dos imóveis no Nordeste é de seguir em alta valorização, por isso, para aqueles que pensam em comprar imóveis para investir, a minha dica é: aproveite o momento e as condições favoráveis”, concluiu Alessandro Almeida.

Retorno dos nordestinos: um fator histórico

O economista Renan Laurentino enfatiza a importância de considerar o contexto histórico ao analisar o atual “boom” imobiliário, tanto no Nordeste como em Maceió. Segundo ele, dados do censo de 2010 do IBGE indicaram um retorno significativo de habitantes, principalmente da região Sudeste, às suas regiões de origem, sendo o Nordeste a região que mais recebeu pessoas de volta.

Renan sugere que essa tendência está relacionada ao desejo de qualidade de vida e às origens das pessoas, destacando que o Nordeste oferece condições econômicas mais favoráveis e um custo de vida mais acessível em comparação com a região Sudeste, especialmente São Paulo.

“Vamos lembrar daqueles programas de TV, como o quadro ‘de volta para o seu lar’. Essa perspectiva trouxe pessoas já com renda estabilizada, porque já estavam aposentadas, buscando qualidade de vida e as suas origens. Afinal, a região ao sudeste, São Paulo, é uma loucura, é uma coisa complicada”, opina o especialista.

Na opinião de Renan, pessoas que haviam emigrado para São Paulo e que já estavam aposentadas em 2010, começaram a retornar para os seus estados buscando mais qualidade de vida.

“O Nordeste é um destino muito procurado, tem uma condição econômica relativamente confortável, onde o custo de vida é mais baixo quando comparado a São Paulo, por exemplo. E é claro, existe também todo o contexto da região, com todas as belezas naturais. Então é um lugar que você quer envelhecer e descansar”, reforça o economista.

Mas, além de retornar para a região de origem, o economista aponta que, de 2010 para cá, os nordestinos começaram a ficar mais no Nordeste.

“Nós reduzimos nossa frequência de deslocamento para outras regiões em busca de emprego. Até a década de 90, especificamente até 1999, muitas pessoas costumavam migrar para São Paulo, mas esse padrão mudou consideravelmente. Hoje em dia, com o desenvolvimento dos polos digitais e o crescimento de diversos setores, principalmente nas capitais nordestinas, os nordestinos têm a oportunidade de permanecer em suas regiões de origem, mantendo assim sua força de trabalho localmente.”, explica.

Segundo o economista, o crescimento econômico e social das capitais nordestinas, aliado aos recursos governamentais, especialmente do programa Minha Casa, Minha Vida, tem contribuído para o aquecimento do mercado imobiliário em toda a região.

“De fato, estamos testemunhando um verdadeiro “boom” imobiliário, especialmente aqui em Alagoas, e isso se deve a duas condições significativas que consigo identificar. Em primeiro lugar, a partir de 2010, notamos um retorno expressivo dos nordestinos às suas regiões de origem, incluindo estados como Maranhão, Pernambuco, Alagoas, Paraíba e Bahia. Em segundo lugar, o notável desenvolvimento econômico e social nas capitais nordestinas está proporcionando às pessoas maior acessibilidade e uma renda mais substancial. Além disso, não podemos ignorar as facilidades que agora existem para adquirir imóveis. Esses são indicadores extremamente relevantes para compreender o atual cenário imobiliário”, opina.

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9 respostas

  1. José Renan é um profissional necessário à economia alagoana. Desejo que esteja sempre a frente destas orientações à população. Parabéns à MRV pela iniciativa.

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