No início de novembro, durante o seminário “O Nordeste é um Brasil” promovido pelo Brazil Journal em São Paulo, o presidente do Banco do Nordeste, Paulo Câmara, apresentou um cenário otimista para investidores interessados em oportunidades sólidas e diversificadas na Região Nordeste.
Segundo Câmara, os setores de agronegócio, energia, saneamento, logística e turismo despontam como os mais atraentes para quem busca explorar o potencial econômico do Nordeste brasileiro.
Para compreender melhor esse panorama, o Investindo por Aí entrevistou representantes dos governos de Alagoas, Pernambuco e Bahia, visando destacar as principais vantagens e atrativos para potenciais investidores interessados no mercado nordestino. Esta análise exclusiva oferece insights valiosos sobre o ambiente de negócios, políticas de incentivo e perspectivas para aqueles dispostos a apostar no desenvolvimento robusto e sustentável do Nordeste.
Oportunidades de investimento em Alagoas
Maria Alice Beltrão, Secretária de Estado do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, revelou ao Investindo por Aí que o Governo de Alagoas está empenhado em atrair novos negócios. Através do Programa de Desenvolvimento Integrado de Alagoas (Prodesin), são concedidos benefícios fiscais e locacionais, incluindo a redução de ICMS e outros estímulos para a expansão e modernização de empresas locais.
Além disso, segundo a secretária, o Governo conta com um Escritório de Negócios em São Paulo, que promove Alagoas, buscando proximidade com os empresários.
“O Escritório de Negócios simboliza um marco para o desenvolvimento econômico do estado, já atuando na prospecção de novas empresas e nas expansões de gigantes como a Bauducco, a Natura e a Shopee. Também exerce papel importante na atração de investimentos do campo das energias renováveis, atuando com players como a Casa dos Ventos e a EDP em suas atividades no Estado de Alagoas”, conta.
Maria Alice explicou ainda que, no campo das relações internacionais, o Escritório de Negócios desenvolve cooperações com os maiores parceiros comerciais de Alagoas, tendo contato contínuo com as Câmaras Comerciais e Consulados para estreitamento dos laços econômicos e culturais, com destaque para a instalação de uma comissão permanente junto ao Instituto Sociocultural Brasil China (Ibrachina).
A secretária de Estado do Turismo, Bárbara Braga, destacou a “vocação natural” de Alagoas para o turismo.
“Alagoas é um estado com vocação natural para o turismo, seja pelas belezas naturais de tirar o fôlego ou pelo potencial econômico. Não à toa está entre os destinos mais visitados do país e vendidos pelas operadoras turísticas e cias aéreas. Costumo dizer que a preferência não é só do trade e dos turistas, Alagoas desponta como mercado promissor para os investidores porque apresenta um cenário fiscal atrativo e seguro, um Governo de Estado com políticas públicas que fomentam e desenvolvem o setor, além de estimular ações transversais entre as pastas, visto que o turismo é acima de tudo uma ferramenta de transformação social”, explicou Bárbara ao IPA.
“A Secretaria da Fazenda de Alagoas é uma grande aliada nas políticas de incentivo e para respaldar vou exemplificar algumas delas: o Prodesin com a redução do ICMS, a redução do QAV da aviação, substituição tributária e pagamento antecipado de ICMS para o setor atacadista, beneficiando hotéis, pousadas e restaurantes e isenção do IPVA para os inscritos no Cadastur. Esses são apenas alguns dos incentivos fiscais, mas é, definitivamente, importante reforçar os investimentos efetivos do tesouro Estadual em segurança pública tornaram, de forma literal, Alagoas em um destino mais seguros do país. Investir em Alagoas é ter ciência que o Executivo anda de mãos dadas com o empresário e faz questão de fortalecer a parceria público-privada”, continuou.
Onde investir em Pernambuco
O Secretário de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco, Guilherme Cavalcanti, disse ao Investindo por Aí que considera o momento um divisor de águas na história do Complexo de Suape, um porto estratégico que nasceu com o moderno conceito de porto-indústria.
“Suape está atraindo novos investimentos como o segundo terminal de cargas da APM Terminals da Maersk com aporte de cerca de R$ 1,6 bilhão. Além do Tecon Suape já instalado, o novo empreendimento vai gerar 500 empregos diretos e 2 mil indiretos, na construção que deve iniciar em 2026. No porto, também estamos focando na infraestrutura necessária para a produção e uso de energia limpa, dando condições a grandes empresas comprometidas com o meio ambiente, contribuindo para o processo de descarbonização no entorno e garantindo a criação de milhares de postos de trabalho”, explicou.
“Outro grande marco para o complexo industrial é a ampliação da Refinaria Abreu e Lima que com a construção do segundo trem de produção deve gerar em torno de 12 mil empregos. A integração de Suape com a ferrovia Transnordestina que está na mira dos governos estadual e federal também deve reposicionar o porto que hoje é o 6º colocado no Brasil em movimentação de cargas, sendo o líder no país no transporte de granéis líquidos (petróleo cru e derivados) e de cabotagem (deslocamento de mercadorias em geral). No Nordeste, o Porto de Suape é o hub de veículos com maior movimentação de contêineres ”, afirma o titular da SDEC.
O secretário executivo de Atração de Investimentos da Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco, Maurício Laranjeira, explica que, devido à sua localização geográfica privilegiada, com 90% do PIB nordestino em um raio de 800km do estado, Pernambuco tem condições de atrair investimentos diversos.
“Com pólos industriais bem desenvolvidos, tais como o automotivo, alimentos e bebidas, têxtil e confecções, petroquímico, dentre outros, o estado ainda conta com um setor de tecnologia da informação muito pujante e é hub na geração de energia renovável, o que o torna com condições para receber projetos da neo industrialização”, explica.
Bahia destaca oportunidades no ecossistema de energias renováveis
De acordo com a assessoria de imprensa do Governo da Bahia, o estado oferece uma economia sólida e um ambiente de negócios seguro, propício e sustentável para investimentos.
O Estado da Bahia tem sua economia caracterizada sobretudo, pela elevada participação do setor de serviços, destacando-se, também, a produção petroquímica, energias renováveis, papel celulose no setor industrial, além do cultivo de algodão e grãos no setor primário.
O enfoque do poder Executivo Estadual é transformar a Bahia em referência mundial na produção de energias limpas, através de sua matriz energética, não apenas na geração de energia, mas também no desenvolvimento de ações que envolvam toda a cadeia produtiva que gravita o setor.
A transição energética é uma mudança de paradigma que envolve não só a geração de energia, mas também o consumo e/ou o reaproveitamento dela, por meio de ações coordenadas como:
- Prospeção e atração de novos empreendimentos
- Implantação de novos parques
- Fomentar à indústria de automóveis elétricos
- Fabricação de baterias
- Produção de Fertilizantes
- Potencializar a utilização do hidrogênio verde como fonte de combustível
- Querosene Verde para aviação
O executivo baiano também destaca a diversidade de setores com interesse em investir no estado. “Sobre os setores econômicos podemos afirmar que já foram assinados mais de 46 Protocolos de Intenções de segmentos diversos, com investimentos previstos de até R$ 14,3 bilhões e perspectiva de gerar mais de 14.465 empregos diretos e indiretos”, informou em nota o Governo da Bahia.