Por Ricardo Bomfim
Para Infomoney
O Ibovespa fechou em alta nesta segunda-feira (27) depois de um “susto” com o anúncio da coletiva de imprensa do presidente da Petrobras (PETR3; PETR4), Joaquim Silva e Luna, que negou qualquer possibilidade de mudança da política de preços da estatal, que usa paridade em relação ao valor do petróleo tipo Brent no mercado internacional.
Mais cedo, o principal benchmark da B3 chegou a cair 0,81% a 112.360 quando se informou que haveria coletiva da petroleira. Isso porque o presidente Jair Bolsonaro havia dito que falou com o ministro Bento Albuquerque, de Minas e Energia, sobre o que fazer para “melhorar ou diminuir o preço [dos combustíveis] na ponta da linha, onde está a responsabilidade”. As ações da Petrobras foram de queda para alta de perto de 2% e depois se estabilizaram em valorização próxima a 0,9% depois das declarações de Silva e Luna.
Do lado macro, o mercado repercutiu hoje mais uma vez o noticiário sobre a incorporadora chinesa Evergrande, que viu suas ações valorizadas em 8,05% em Hong Kong apesar de não ter ainda se manifestado sobre o pagamento de US$ 83 bilhões em títulos que venciam na última quinta-feira (23).
Também na China, analistas temem que a crise energética do país, provocada pelo aperto da oferta de carvão e dos padrões de emissão, tenha provocado uma retração na produção industrial, com impacto no ritmo geral da atividade econômica.
Por aqui, as atenções se dirigiram também às declarações do ministro da Economia, Paulo Guedes, que divulgou no domingo (26) uma apresentação com avanços na reforma administrativa, que foi aprovada em comissão especial da Câmara dos Deputados, apesar de que com texto desidratado. Guedes disse hoje em evento no International Chamber of Commerce (ICC) que seu plano de 10 anos é de continuar com as privatizações, com Petrobras e Banco do Brasil (BBAS3) na fila. “Abertura comercial será gradual, mas é irreversível.” Ele afirmou também que em 10 ou 15 anos haverá moeda única no Mercosul, mas que hoje a América Latina está andando pra trás.
Na Europa, as bolsas subiram em meio às eleições na Alemanha, que deixaram tanto o SPD, partido de centro-esquerda, quanto o CDU, de centro-direita, com chances de formar maioria no Congresso. O vice-chanceler e ministro das Finanças da Alemanha, Olaf Scholz, do SPD, declarou vitória nas eleições federais do último domingo (por 25,7% dos votos ante 24,1% do CDU) e disse que o povo expressou o desejo de ver um governo entre social-democratas, liberais e verdes.