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8 de maio de 2024 21:55

Indústria do Ceará registra recuperação de empregos após início de ano desafiador em 2023

Indústria do Ceará registra recuperação de empregos após início de ano desafiador em 2023

Recuperação dos empregos pode indicar retomada de crescimento da produção

Após um início de ano com baixas, exemplificado pelo fechamento da fábrica da Guararapes em janeiro, a indústria do Ceará está gradualmente recuperando seus índices de geração de empregos nos últimos meses. De junho a setembro, os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego revelam um aumento constante no saldo de empregos formais criados pelo setor.

Indústria têxtil do Ceará | Reprodução

Em setembro, as indústrias do Ceará geraram 2.906 empregos, resultantes de 9.997 admissões e 7.091 desligamentos. Esse número representa o maior resultado do setor em 2023, ficando atrás apenas do saldo do setor de serviços no mesmo mês. Agosto também registrou um resultado positivo, com 2.483 empregos gerados.

O setor industrial enfrentou uma queda de 6,28% em 2022, impactando diretamente a geração de empregos formais. Em dezembro do ano passado, encerrou com um saldo negativo de 3.688 empregos no setor. Essa tendência negativa continuou em janeiro, com 2.807 vagas formais a menos. O saldo começou a se recuperar timidamente e voltou a ser positivo a partir de junho.

Guilherme Muchale, gerente do Observatório da Indústria da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), explica que essa queda foi principalmente impulsionada pelas indústrias de confecção e calçados.

Com a recuperação observada nos últimos meses, a indústria do Ceará tem consolidado sua posição de destaque no Nordeste. O crescimento é particularmente evidente nos setores de alimentos, máquinas e aparelhos eletrônicos, bem como energia.

Guilherme Muchale observa: “O acumulado do ano não apenas é positivo, como também estamos vendo crescimento em grande parte dos setores industriais. Segmentos que começaram o ano com desempenho negativo estão demonstrando recuperação. Com sorte, até o final do ano, conseguiremos reduzir substancialmente a lacuna de empregos.”

Crescimento como sinal de recuperação na produção industrial

Os dados relativos à geração de empregos são promissores e podem indicar uma recuperação na produção industrial do Estado no terceiro trimestre, conforme aponta Alexsandre Cavalcante, analista de políticas públicas do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece).

No segundo trimestre de 2023, a indústria cearense registrou uma queda de 3,25% em seu Valor Adicionado Bruto (VAB) em comparação com o mesmo período do ano anterior, de acordo com o Ipece. Isso representa a quinta redução consecutiva no índice, principalmente influenciada pela Indústria da Transformação.

Cavalcante explica: “Há uma expectativa de crescimento na produção industrial com base na retomada da geração de empregos no terceiro trimestre de 2023. O emprego é o principal indicador antecedente da atividade econômica. Você contrata para poder produzir”.

O analista também aponta que essa recuperação segue a dinâmica da indústria nacional, com um aumento nas vendas no comércio. “A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) mostrou que alcançamos uma das menores taxas de desemprego, com aumento na ocupação formal no Brasil. Isso é muito positivo. Podemos celebrar a recuperação dos empregos na economia cearense, com destaque para a indústria”, destaca.

Vladyson Viana, Secretário do Trabalho do Ceará, projeta que a indústria de transformação deve superar o saldo de geração de empregos do ano passado, que foi de 10.686. Além dos setores de alimentos e máquinas, ele também destaca o crescimento de empregos formais no subsetor da produção têxtil.

“O mais importante é que o acumulado do ano é positivo. Os órgãos públicos têm apoiado o fortalecimento, gerando mais oportunidades, oferecendo incentivos fiscais, disponibilizando infraestrutura e atraindo investimentos”, afirma Viana.

Com 264.920 postos de trabalho na indústria, conforme o Caged, o Ceará tem o segundo maior acumulado do Nordeste. Em primeiro lugar, está a Bahia (299.897). Pernambuco completa o ranking, com 238.025 empregos formais. O Estado também tem o segundo maior acumulado de 2023.

Saldo de empregos na indústria por estado do Nordeste em 2023:

  • Alagoas: 1.431
  • Bahia: 8.415
  • Ceará: 4.524
  • Maranhão: 3.043
  • Paraíba: -2.173
  • Pernambuco: 2.624
  • Piauí: 3.386
  • Rio Grande do Norte: 1.475
  • Sergipe: 2.147
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