A indústria do Nordeste registrou um avanço de 0,4% no primeiro trimestre de 2024, destacando-se entre as 16 localidades que apresentaram resultados positivos na pesquisa do IBGE. O crescimento, embora abaixo da média nacional de 1,9%, demonstra a resiliência da região em meio a um cenário econômico desafiador.
Em março, a indústria do Nordeste registrou a primeira taxa mensal negativa do ano, com quedas de 1,8% em relação a fevereiro e de 5,7% em comparação a março de 2023. Essa retração foi mais acentuada que a média nacional, que caiu 2,8%. Segundo o IBGE, essa queda deve ser relativizada pelo efeito calendário, já que março de 2024 teve três dias úteis a menos que o mesmo mês do ano anterior.
Comparando com o período pré-pandemia (fevereiro de 2020), a defasagem da indústria no Nordeste aumentou, passando de 17,8% para 18,7% a menos que antes da crise sanitária. Em contrapartida, a produção nacional superou a defasagem, com um aumento de 0,4% em relação a fevereiro de 2020.
Apesar desses desafios, no acumulado do ano, 16 dos 18 locais pesquisados pelo IBGE apresentaram resultados positivos. No Nordeste, o crescimento foi de 0,4%, a menor taxa entre os resultados positivos e abaixo da média nacional de 1,9%. Nos últimos doze meses, encerrados em março, a produção na região recuou 2,4%, enquanto a nacional avançou 0,7%.
Dentre as atividades industriais do Nordeste, a indústria extrativa caiu 11,9%, metalurgia recuou 17,7%, fabricação de veículos diminuiu 5,0% e a produção de químicos reduziu 3,6%. Por outro lado, oito das quatorze atividades pesquisadas na indústria de transformação avançaram, com destaque para derivados de petróleo (5,7%), minerais não-metálicos (12,3%) e celulose e papel (7,2%).
Análise do Comportamento Industrial Regional
A queda da indústria do Nordeste em março interrompeu uma sequência de cinco meses sem retração na comparação anual, impactando o resultado trimestral que caiu de 1,4% no quarto trimestre de 2023 para 0,4% no primeiro trimestre de 2024. A pesquisa da CNI complementa essa análise, indicando uma redução no número de empregados na passagem de fevereiro para março de 2024, além de uma diminuição na utilização da capacidade instalada (UCI) de 70% para 68%.
Os empresários da região também relataram piora na situação financeira no primeiro trimestre de 2024 em comparação ao trimestre anterior. A insatisfação com o lucro operacional aumentou, assim como as dificuldades de acesso ao crédito e os custos das matérias-primas.
Apesar dos desafios, as expectativas dos empresários do Nordeste permanecem otimistas para os próximos meses. A expectativa de demanda e investimentos diminuiu, enquanto as expectativas de exportação e emprego aumentaram, e as compras de matérias-primas se mantiveram estáveis.