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14 de setembro de 2024 03:00

Inflação atinge maior alta para o mês de setembro desde 1994

Inflação atinge maior alta para o mês de setembro desde 1994

O IPCA subiu 1,16% no mês, conforme divulgou o IBGE; aumento do custo da energia elétrica pesou no índice, com alta de 6,47%

Por Lucianne Carneiro
Para Valor Investe – Rio

A inflação oficial brasileira, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), ficou em 1,16% em setembro, após alta de 0,87% em agosto.

É o maior resultado para o mês desde 1994, com o Plano Real. Já o resultado acumulado em doze meses atingiu a marca de dois dígitos, com variação de 10,25%. É a maior taxa em 12 meses desde fevereiro de 2016 (10,36%). As informações foram divulgadas há pouco pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em setembro de 2020, o IPCA teve inflação de 0,64%.

A taxa de setembro também é o maior resultado mensal desde dezembro de 2020 (1,35%). A taxa do mês ficou abaixo da mediana das projeções de 38 instituições financeiras e consultorias, ouvidas pelo Valor Data, de um avanço de 1,25%. O resultado ficou dentro do intervalo das projeções, que iam de +1,13% e +1,42%.

Pelo indicador acumulado em 12 meses, o IPCA ficou em 10,25% em setembro, ante 9,68% acumulados até agosto. O resultado ficou acima do centro da meta inflacionária estabelecida pelo Banco Central (BC) de 3,75% para 2021- sendo que a meta tem margem de tolerância de 1,5 ponto percentual, para mais ou para menos. Para o resultado acumulado em 12 meses, a mediana das estimativas do Valor Data era de 10,34%, com projeções entre +10,21% e +10,53%.

O maior impacto (0,41 ponto percentual) e a maior variação (2,56%) vieram de habitação, que acelerou em relação a agosto (0,68%). Dentro do grupo aparece a alta de energia elétrica, de 6,47%.

O IBGE calcula a inflação oficial brasileira com base na cesta de consumo das famílias com rendimento de uma 40 salários mínimos, abrangendo dez regiões metropolitanas, além dos municípios de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís, Aracajú e de Brasília.

Inflação para os mais pobres

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que mede inflação percebida por famílias com renda entre um e cinco salários mínimos mensais, foi de 1,20% em setembro, após alta de 0,88% em agosto, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esse foi o maior resultado para um mês de setembro desde 1994, quando o índice foi de 1,40%.

No resultado acumulado 12 meses, o INPC ficou em 10,78%, segundo mês seguido em dois dígitos. Até agosto, o resultado acumulado em 12 meses estava em 10,42%.

A alta nos preços de alimentos – com maior impacto no INPC – passou de 1,29% em agosto para 0,94% em setembro. Já nos preços de produtos não alimentícios a variação foi de 0,75% em agosto para 1,28% em setembro.

Todas as dez regiões pesquisadas pelo IBGE no INPC tiveram alta em setembro. O menor índice foi observado no município de Goiânia (0,79%), onde foi registrada deflação nos preços das carnes (-1,65%). Já o maior resultado foi registrado na região metropolitana de Curitiba (1,65%), influenciado pelas altas nos preços da energia elétrica (6,80%) e da gasolina (4,91%).

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