A cervejaria Petrópolis, dona das marcas Itaipava, Crystal e Petra, teve seu pedido de recuperação aceito pela Justiça. A partir de agora, são esperadas decisões gerenciais – sob acompanhamento de técnicos supervisionados judicialmente – para reduzir a dívida da empresa.
Isso pode incluir mudanças na operação das duas fábricas que a empresa possui no Nordeste – em Alagoinhas (BA) e em Itapissuna (PE). As demais 6 unidades fabris da companhia estão localizadas no Centro-Oeste (Rondonópolis) e no Sudeste – nos estados do Rio de Janeiro e em São Paulo.
De acordo com o pedido de recuperação, a dívida da Petrópolis chega a R$ 4,2 bilhões. Desses, R$ 2 bilhões com instituições financeiras e outros R$ 2,2 com fornecedores e terceiros.
Além disso, a empresa precisa de uma injeção de R$ 580 milhões em capital de giro (em valores corrigidos para abril). Sem isso, atrasos em pagamentos são esperados.
A crise experimentada pela empresa seria multifatorial, mas decorre especialmente de um novo comportamento de consumo durante a pandemia. A preferência do consumidor por beber cervejas de marca premium estaria entre as motivações. Concorrentes, como a AmBev, apostaram no reforço desse tipo de marca em seus portfolios, mas as tentativas da Petrópolis nessa direção não foram tão bem aceitas. Sua principal concorrente, além disso, teria reduzido as margens de lucro como estratégia de preservação da posição de mercado.
O resultado foi percebido diretamente no volume de vendas da Petrópolis, que teria saído de 31,2 milhões de hectolitros em 2020 para 24,1 milhões de hectolitros em 2022.