Por Felipe Salgado e Celso Chagas
Para Petróleo Hoje
A Origem Energia avalia a possibilidade de perfurar poços no Polo Alagoas para atingir um reservatório de gás não desenvolvido pela Petrobras, revelou Nathan Biddle, Chief Technical Manager (CTO) da companhia, ao PetróleoHoje. A previsão é que as atividades ocorram entre o Knal de 2022 e o início de 2023. “A intenção é aumentar nossas reservas de gás a partir de indícios já comprovados pela Petrobras”, disse o executivo.
Atualmente, a Origem opera cinco sondas de workover naquele ativo, composto por sete concessões de produção em terra e águas rasas. Desde que a companhia assumiu o Polo, foram reabertos mais de 80 poços e 20 foram recompletados. Em apenas 100 dias, a produção triplicou, alcançando 1 milhão de m3/dia de gás natural.
Praticamente todo o gás produzido está sendo processado pela UPGN Alagoas, a primeira a ser privatizada no país, que foi incluída no pacote de desinvestimento da Petrobras. A unidade possui capacidade para processar 2 milhões de m3 de gás. Apesar das novas regras de compartilhamento de infraestruturas essenciais, apenas a Origem está direcionando sua produção para aquela instalação.
O óleo, por sua vez, é destinado ao Porto de Maceió. No momento, a carga está sendo comercializada no mercado doméstico. “Outro aspecto muito positivo do ativo de Alagoas é que nós temos acesso ao mercado doméstico e internacional”, disse Biddle.
Já no Polo Tucano Sul, na Bahia, onde a companhia conectou a malha de dutos à Bahiagás, a primeira campanha de intervenção de seis poços deve se encerrar em julho. Há chances de manter uma sonda de workover na região.
Sobre os 18 blocos adquiridos (14 em Sergipe-Alagoas e quatro em Tucano Sul) na 3o ciclo da oferta permanente, a empresa pretende realizar pesquisas sísmicas para avaliar possíveis alvos petrolíferos. A assinatura dos contratos com a ANP, entretanto, só deve ocorrer em outubro.
Estocagem de gás e integração energética
“Somos uma empresa de integração energética e infraestrutura”, aKrmou o diretor de CTO da Origem. Prova disso é que a empresa pretende obter junto à ANP a autorização para viabilizar uma estrutura de estocagem subterrânea de gás natural em reservatórios depletados. Os planos de desenvolvimento para extensão das concessões já foram entregues à agência. Novamente, Alagoas reúne as condições mais favoráveis para a implantação do projeto devido à infraestrutura instalada, mas outras áreas estão sendo avaliadas.
A Origem também possui planos ambiciosos para integrar a produção de gás à geração termelétrica, seguindo o rastro da Eneva. A companhia irá participar dos leilões de energia nova da Aneel previstos para acontecer no segundo semestre de 2022. “Temos gás para fornecer para esses projetos. Estaremos nos leilões que serão realizados em setembro e novembro”, assegurou Biddle.
Por Km, o executivo destacou outras áreas que a Origem olha com interesse, apesar de ainda não ter nada concreto, como H2V e projetos de captura de carbono. “Estamos muito bem posicionados levar adiante projetos assim pra ter um ciclo completo e limpo de energia no nosso hub energético de Alagoas”, finalizou.