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3 de outubro de 2024 17:30

Origem anuncia que está pronta para investir em estoque de gás no NE

Origem anuncia que está pronta para investir em estoque de gás no NE

Unidade de processamento de gás natural da Origem em Pilar (região metropolitana de Maceió): ativo central para a expansão da empresa. Foto: Divulgação.

A Origem Energia, operadora do Polo Alagoas de petróleo e gás natural (GN) desde a conclusão da compra dos ativos da Petrobras no estado em 2022, anunciou que vai liderar o primeiro modelo de estocagem do Brasil.

Controlada pela Prisma Capital, a empresa já havia indicado intenções em investir na estocagem desde que finalizou as transações com a estatal brasileira. O projeto aguarda apenas a regulamentação da atividade pela Agência Nacional do Petróleo (ANP).

A ausência de um modelo claro para armazenamento de gás é considerado hoje um dos entraves para equilibrar a relação entre oferta e demanda do insumo, especialmente em períodos de escassez elétrica (no caso brasileiro, geralmente provocado por longos períodos de estiagem, que comprometem a produção das usinas hidrelétricas).

A nova Lei do Gás e seu decreto regulamentador, em 2021, já abriram caminho para a definições mais claras sobre como deve ocorrer a atividade de acondicionamento e armazenamento do insumo. A previsão legal é de que a estocagem deve ser feita em estruturas subterrâneas “em formações geológicas produtoras ou não de hidrocarbonetos”.

A proposta da Origem é a de usar exatamente os chamados poços de óleo e gás depletados, ou seja, que já foram exauridos ou que não possuem mais valor comercial. Este modelo já é utilizados nos Estados Unidos por 80% dos cerca de 6 mil produtores de estoques de GN. A Origem não anunciou ainda quais poços em Alagoas seriam transformados em estoques de gás.

Em comunicado divulgado ontem pela Origem à imprensa, a companhia realçou que a Europa armazena atualmente cerca de 110 milhões de metros cúbicos de gás em 170 instalações.  No Brasil, este número é zero.

O diretor técnico da empresa e um dos cofundadores da Origem Energia, Nathan Biddle, lembra que a questão do armazenamento do gás teve sua importância estratégica para a Europa realçada em função da guerra entre Rússia e Ucrânia. A alta dependência de gás dos países europeus em relação à Rússia tornou-se um dos dilemas diplomáticos , econômicos e vitais para o posicionamento frente à guerra, especialmente diante do risco de a Rússia interromper o fornecimento durante o rigoroso inverno europeu.

Entre os argumentos da Origem frente à expectativa de regulamentação da atividade de estocagem de gás é exatamente o risco de interrupção de energia quando falham outras fontes geradores de energia. Da geladeira doméstica aos parques fabris, a quebra no abastecimento energético produz uma reação em cadeia na economia, além de comprometer o bem-estar social.

Além da Origem Energia, as empresas Engie, Gas Bridge e NTS já manifestaram interesse em investir em estocagem de gás no Brasil. Mas os anúncios recentes de R$ 1,55 bilhão investimento até 2027 no mercado terrestre indica que a Origem pode sair na frente, exatamente a partir de Alagoas. As condições favoráveis para isso são reforçadas pelo fato de que o estado sai na frente dos demais na definição das proposições legais para o funcionamento das atividades de estocagem. Um projeto de lei sobre o tema já tramita na Assembleia Legislativa alagoana.

A Origem Energia foi patrocinadora master da Onshore Week 2023, promovida em Maceió entre 11 e 13 de abril pela Organização Nacional da Indústria do Petróleo (ONIP).

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