Por Ascom IBGE
Para Piauí Hoje
A produção de grãos do Piauí deve atingir cerca de 6 milhões de toneladas em 2022, o maior volume já registrado no estado. É o que prevê o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) referente ao mês de janeiro de 2022. O estudo é realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Na comparação com as pouco mais de 5 milhões de toneladas obtidas em 2021, o crescimento esperado é de 19,1%. Quase todas as culturas devem apresentar aumento de volume em 2022, com exceção do arroz, que deve sofrer redução de 10,2% em relação ao produzido em 2021. O arroz também deve ter queda de 12,2% na área plantada.
“A redução de área cultivada do arroz para a safra 2022 foi observada principalmente na região dos cerrados, por opção dos produtores do agronegócio face o baixo retorno com esta cultura, em relação aos outros produtos cultivados em maior escala. Nas demais regiões as áreas também tiveram reduções, até mesmo pelas exigências hídricas com esta cultura”, esclarece o supervisor de Pesquisas Agropecuárias do IBGE no Piauí, Pedro Andrade.
Por outro lado, a produção de feijão deve quase dobrar na safra 2022. É esperado um aumento de 88,3% no volume produzido, mesmo com apenas um crescimento de 4,4% na área plantada. Isso porque a expectativa é de que o rendimento suba de 284 para 500 quilogramas por hectare. Conforme Andrade, o feijão teve redução em 2021, devido à irregularidade de chuvas ocorrida no ano. Assim, o aumento do rendimento significa, na verdade, que há uma expectativa de retorno aos patamares normais de produção com a regularidade esperada no período de chuvas.
Porém, o alto crescimento esperado para o feijão não deve gerar grande impacto no resultado final do estado. Com volume previsto para 100 mil toneladas, o feijão representa apenas 1,7% da quantidade total de grãos que devem ser gerados no Piauí.
O principal responsável pelo aumento no volume da produção de grãos é o milho, cuja expectativa de crescimento é de 27,2%. A soja também deve ter aumento de produção em 2022, da ordem de 12,1%. Juntos, milho e soja representam 95,8% do volume total de grãos do Piauí. Desse modo, mesmo pequenos crescimentos dessas culturas produzem grande impacto no resultado final.
Os demais aumentos de produção esperados para a safra piauiense 2022 são da fava (49,8%), do sorgo (41,2%) e do algodão herbáceo (25,9%). Ainda assim, a representatividade desses grãos na produção final é de apenas 0,01% para a fava, 0,5% para o sorgo e 0,56% para o algodão herbáceo. O arroz, único com expectativa de queda, representa 1,4% do total.
As informações do LSPA são obtidas por meio de reuniões, que ocorrem periodicamente em todos os 224 municípios piauienses. Os dados coletados são homologados por entidades das áreas pública e privada – instituições financeiras, órgãos de pesquisas, extensão rural, secretarias de agricultura, sindicatos de trabalhadores rurais, cooperativas, associações, produtores. Todas as informações são fundamentadas com subsídios, como pesquisas de campo realizadas com consulta aos maiores produtores.
Agronegócio é responsável por 92% da produção de grãos do Piauí
Das 6 milhões de toneladas de grãos que o Piauí deve produzir em 2022, cerca de 5,5 milhões de toneladas devem ser geradas pelo agronegócio, o equivalente a 92,3% do total. Os dados são do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Toda a produção de soja do Piauí, que deve ultrapassar 3 milhões de toneladas em 2022, está em empreendimentos do agronegócio. Além disso, cerca de 89,1% do milho gerado no estado, o equivalente a 2,4 milhões de toneladas, deve ser proveniente de tais estabelecimentos. O agronegócio também deve gerar 98,8% do algodão herbáceo, o que representa 33 mil toneladas.
Por outro lado, a produção de arroz sequeiro e feijão é mais descentralizada. O agronegócio deve ser responsável por apenas 12,4% do feijão gerado no Piauí, o equivalente a 12 mil toneladas, conforme a expectativa para a safra 2022. Quanto ao arroz sequeiro, cerca de 35,9% da produção deve ser oriunda do agronegócio, o equivalente a 23,6 mil toneladas.