Um estudo realizado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV – Ibre) evidencia as diferenças de crescimento e produção econômica entre o Nordeste e a média brasileira. A pesquisa foi reportada esta semana pelo jornal Valor Econômico.
De acordo com os dados indicados pelos pesquisadores Carlos Considera, Juliano Trece e Flávio Ataliba, a região Nordeste apresentou crescimento de 76,1% no PIB entre 2021 e 2022, enquanto o País, em média, acumulou alta de 8%.
A exceção nessa lógica foi registrada em 2022, quando o Nordeste cresceu um pouco mais (3,4%) do que a média do País (2,9%). Quando considerado apenas o resultado do ano de 2022, os nove estados nordestinos acumularam uma alta de 3,4%.
Os dados analisados pela FGV- Ibre apontam que a região responde por 13,6% da economia nacional, enquanto acumula 28% da população brasileira. Dos dez estados brasileiros com menor contribuição econômica, apenas o Acre não é do Nordeste. Dentre eles, Ceará, Pernambuco e Bahia somam 62,% de todo o PIB regional.
Os polos produtivos no Nordeste concentram-se em espaços específicos, como em regiões férteis no Maranhão e no Piauí, além do turismo no litoral. Por outro lado, a baixa produção no semiárido e na caatinga pressionam o crescimento para baixo. Em 2021, a Bahia sofreu especialmente com a fechada da montadora da Ford e a região, como um todo, experimental uma baixa significativa (de 6,5%) na indústria de transformação.
Frente a essas movimentações, os pesquisadores avaliam a necessidade de política públicas específicas que atendam às demandas específicas do Nordeste.