Por Diário de Pernambuco
O prefeito João Campos (PSB) assinou, ontem (15), um contrato de operação de crédito no valor de R$ 2 bilhões, na sede do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), em Washington, nos Estados Unidos. O primeiro desembolso do contrato, considerado o maior já realizado pela instituição financeira internacional com um município, irá acontecer em 40 dias, quando a cidade deverá receber um aporte de R$ 300 milhões, que deverão ser distribuídos em um plano de gastos que inclui investimentos em contenção de encostas, projetos de urbanização e estudos para intervenções de macrodrenagem na bacia do Rio Tejipió.
O planejamento financeiro da operação foi construído pela Prefeitura do Recife, em conjunto com o BID, organismo internacional que atua com foco na melhoria das condições de vida dos países da América Latina e Caribe. Toda execução do projeto é acompanhada pela equipe técnica do banco, que além dos repasses, fornece consultoria.
O primeiro aporte servirá para os próximos quatro meses do programa, e com a utilização de 80% do recurso, vai ser possível requerer novos desembolsos, de acordo com a prefeitura. O fluxo da operação de crédito será baseado no cronograma de execução das obras desenhadas pelo ProMorar e o BID. O prazo para a realização das obras é de seis anos, e para o pagamento do contrato, de 23 anos.
“Já assinamos o contrato de empréstimo com o BID e os R$ 2 bilhões estão garantidos para a cidade. Somente em relação às obras de grande porte de encostas, serão mais de 500 – cada uma protegendo 50 famílias em média. Serão mais de 150 mil pessoas diretamente beneficiadas”, afirmou o prefeito João Campos.
Com o volume das obras que serão executadas nas barreiras e na urbanização do Recife, a perspectiva do ProMorar é de gerar 15 mil novos empregos. “Essa também é uma oportunidade de estimular a economia da cidade, com intervenções nos locais mais vulneráveis, beneficiando aqueles que mais precisam”, explicou Beatriz Menezes, coordenadora do programa.
O Promorar é um projeto de requalificação urbana e social do Recife voltado a 40 comunidades vulneráveis, incluindo as áreas mais atingidas pelas chuvas de maio de 2022. Entre as principais ações estão obras de macrodrenagem que visam a redução do risco de inundações, como o alargamento da calha e a dragagem de rios Tejipió, Jiquiá e Moxotó, além de investimentos em infraestrutura, habitabilidade e um robusto pacote de contenção de encostas em toda a cidade.
No conjunto de investimentos que serão financiados com os recursos também estão obras para a construção de equipamentos urbanos, pavimentação, implementação de espaços de convivência, proteção de encostas, saneamento, moradia, entre outras iniciativas.