Por Naiara Bertão
Para Valor Investe
O Banco Safra lançou um Certificado de Operações Estruturadas (COE) que investe em ativos ligados a energia limpa. O produto, chamado de COE Energia Limpa, é atrelado ao índice global de energia limpa iShares Global Clean Energy ETF, negociado no mercado americano com o código ICLN. Criado em 2008, o ETF é composto por cerca de 30 empresas globais que atuam em cadeias de energia solar, eólica, geotérmica, maremotriz, entre outras, e somam valor de mercado de mais de US$ 5 trilhões.
Quem quiser aplicar no COE, o mínimo é de R$ 1 mil e é preciso paciência, porque o vencimento é só daqui a 60 meses, ou seja, cinco anos.
Em termos de remuneração, o mínimo prometido é 100% do capital investido e não há um limite máximo, uma vez que a rentabilidade do COE é o investimento inicial acrescido da variação do ICLN no período apurado até a data do vencimento. A variação do índice não terá interferência da variação cambial. Em 2020, o ETF se valorizou 20%, mas em 2021 até agora, está perdendo 22,5%.
As taxas de estruturação cobradas pelo Safra estão embutidas e não são divulgadas separadamente. Parte da receita do produto (não foi divulgado o percentual) será doado pelo Safra à ONG Amigos do Bem, iniciativa que atua no sertão nordestino com projetos de educação, trabalho e renda, acesso à saúde, água e moradia. O objetivo do banco com o lançamento é atrair investidores atentos à tendência de sustentabilidade ambiental, em especial às emissões líquidas de carbono zero.
Diversificação – Na composição do fundo estão empresas de diferentes geografias e atuações também diversas. Entre as empresas americanas estão a Xcel, que atua na redução de carbono no país, e a Enphase, com sede na Califórnia que oferece soluções para produção e armazenamento de energia solar (ambas com ações na Nasdaq).
Na Europa, fazem parte do índice companhias listadas na Bolsa de Copenhague, na Dinamarca, como a Ørsted, grupo focado em energia eólica em alto-mar, e a Vestas, uma das maiores na fabricação, instalação e manutenção de turbinas eólicas no mundo, também compõem o índice. A Enel, que opera em 30 países com diversas fontes, como eólica, solar, hidrelétrica e geotérmica, é listada na Bolsa de Milão, na Itália, enquanto a Iberdrola, de energia eólica, é negociada na bolsa de Madri, na Espanha.