Por Nícolas Barbosa e Robert Pedrosa (Colaborou Emelly Caroline)
Para Piauí Negócios
Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) divulgou a 7ª edição do Mapeamento da Indústria Criativa Brasileira. O estudo apresenta dados de 2017 a 2020 e análises acerca da produção e do mercado de trabalho do setor responsável por, entre outras funções, interagir conhecimento e criatividade para gerar inovação nos negócios.
No Piauí, o salário médio da indústria criativa é quase três vezes maior que o valor médio pago a um trabalhador tradicional. Em 2020, enquanto um criativo era remunerado em R$ 4.094, piauienses em outras áreas de atuação receberam, em média, R$ 1.417, segundo dados do IBGE.
O estudo analisou quatro grandes áreas subdivididas em 13 segmentos: Consumo (Design, Arquitetura, Moda e Publicidade); Mídias (Editorial e Audiovisual); Cultura (Patrimônio e Artes, Música, Artes Cênicas e Expressões Culturais) e Tecnologia (P&D, Biotecnologia e TIC).
De acordo com o levantamento, a área de Tecnologia é a que possui os maiores salários médios. Apesar de o Piauí ter apenas 21,8% de profissionais atuando no ramo tecnológico, esta área foi a única que registrou crescimento na oferta de empregos no período analisado. Isso se deu, principalmente, devido a Covid-19, que exigiu a digitalização de muitos negócios e um maior número de pessoas capacitadas.
No Piauí, o segmento de Pesquisa e Desenvolvimento possui o melhor salário se comparado às outras atividades. Em 2020, o segmento atingiu a remuneração média de R$ 11.927. Já a Arquitetura, por sua vez, possui o segundo melhor salário no Estado.
O setor de Consumo foi um dos que mais se destacaram no Piauí: 43,9% dos 4.481 trabalhadores da indústria criativa piauiense estão nesta área. A maioria dos profissionais atuam em Publicidade e Marketing. A área de Mídia também obteve destaque: o Piauí tem 22,5% dos profissionais atuando neste setor, ficando atrás somente do estado de Roraima, que lidera o ranking com 26,1% dos criativos associados à Mídia.
Conforme a pesquisa, no Piauí a área de Cultura é a que encontra-se em maior desvalorização. Apenas 530 piauienses trabalham em um dos quatro segmentos incluídos neste item. Além disso, os segmentos de Artes Cênicas e Expressões Culturais possuem uns dos salários mais baixos.
Em dados gerais, o Piauí tem apenas 1,03% de seus trabalhadores dentro das indústrias criativas. Os estados de maior destaque são Rio de Janeiro e São Paulo, mas os números do Ceará começam a ter um bom posicionamento e já colocam os cearenses no quinto lugar em proporção de empregados em setores criativos. Os salários médios piauienses também são baixos, colocando o estado na penúltima posição.
O mapeamento demonstra a necessidade do estabelecimento de políticas para o desenvolvimento da indústria criativa do Piauí. Entre 2002 e 2015, o mercado global do setor cresceu de 208 bilhões de dólares para 509 bilhões. As atividades que envolvem estratégias de consumo e tecnologia ajudaram a economia criativa a seguir na direção contrária da economia tradicional e gerar empregos entre 2017 e 2020.
Atualmente, a indústria criativa já tem uma participação no PIB brasileiro semelhante ao da Construção Civil e maior do que o Extrativismo Mineral. Além disso, os salários médios correspondem a cerca de 2,37 vezes os do trabalhador brasileiro e profissionais que atuam como analista de negócios, analista de pesquisa de mercado e programadores estão entre os mais procurados do mercado.
