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17 de maio de 2024 16:33

Saneamento: Compesa vai investir R$ 1,3 bilhão em Pernambuco

Saneamento: Compesa vai investir R$ 1,3 bilhão em Pernambuco

Recursos vão ser usados este ano em obras de saneamento. A meta da companhia pernambucana é acabar com o rodízio de água e esgoto no Estado
Manuela Marinho, presidente da Compesa

Por Matheus Jatobá
Para Folha de Pernambuco

Rodízio de água e esgoto. Esses, sem dúvida, são dois dos principais problemas que ninguém gosta de enfrentar. Para evitar que em Pernambuco esses  transtornos façam parte da rotina das pessoas, a Companhia Pernambucana de Saneamento terá cerca de R$ 1,3 bilhão para investimentos este ano, somente em saneamento. Além de focar no esgotamento, a Compesa conta ainda com ações direcionadas para melhoria da qualidade de vida, indo desde a construção de poços na área norte da Região Metropolitana do Recife e nos morros da Capital, até aportes no interior do Estado para o desenvolvimento dos sistemas de saneamento em áreas rurais.

De acordo com a presidente da Companhia, Manuela Marinho, hoje o foco está em objetivos como melhoria da segurança hídrica e desenvolvimento da operação, visto que a Compesa recebeu R$ 500 milhões em orçamento do Governo de Pernambuco para desenvolvimento de obras.

“Hoje estamos mais estruturados em termos de visão de melhoria da operação. Tivemos uma melhoria significativa em tecnologia e inovação. Passamos a ter uma visão de tirar os municípios do rodízio, e recebemos o aporte do Governo do Estado para levar mais água. Queremos levar eficiência em todas as áreas, trazendo segurança hídrica e melhoria operacional”, contou a presidente da Compesa, Manuela Marinho.

Somente na capital pernambucana são cerca de R$ 200 milhões para diminuir ou zerar o rodízio. E  uma das obras terá direcionamento de R$ 120 milhões para duplicação da Adutora de Arataca, onde a mesma irá injetar mais 500 litros de água por segundo na Barragem de Botafogo, o que deixará o sistema com mil litros de água por segundo. “Tem muito tempo que pensávamos na duplicação de Arataca, porque a área norte da RMR é a mais sofrida que temos em termos de abastecimento. Recebemos o aval e será duplicado o volume, sendo um dos fatores a contribuir com o fim do rodízio em algumas localidades”, declarou a presidente da Compesa, Manuela Marinho.

Pensando no fim do rodízio, a Companhia vai construir poços, como na cidade de Igarassu, onde o sistema Encanta Moça será um dos abastecidos a partir dos poços. “Estamos fazendo uma série de poços em Paulista, Goiana, Igarassu, vamos tirar algumas cidades desse sistema de rodízio. Em Igarassu, em Encanta Moça, ela será abastecida por poços e isso vai trazer uma melhoria significativa. Olinda é a última a ser abastecida e vamos tirar 60% da população da cidade do rodízio. Só em poços são uma série de melhorias e R$ 50 milhões investidos e vão beneficiar mais de 500 mil pessoas”, disse Manuela.

 

Melhorias nos morros

Alguns morros do Recife também serão beneficiados com a construção de poços, o que vai permitir que as localidades deixem o rodízio de água. “Temos benefício direto para a população dos morros, como Alto do Mandu, Alto José Bonifácio, Alto da Macaxeira, Córrego da Fortuna e Alto José do Pinho, em torno de 80 mil pessoas serão beneficiadas, são R$ 15 milhões para esse trabalho”, contou Manuela Marinho.

 

Foco no esgotamento

Já na área de esgotamento, a Região Metropolitana do Recife já tem contratadas as metas pactuadas até 2037, para que a área esteja com 90% de sua cobertura. Além do aporte no abastecimento, as áreas de morro vão receber R$ 120 milhões para serviços de esgotamento sanitário, começando em outubro deste ano.

Uma das obras que vão contribuir para o saneamento na RMR,  orçadas em mais de R$ 400 milhões, é a ampliação da ETE Cabanga. “Estamos ampliando essa estação que já existia, e agora terá capacidade para tratar mil litros de água por segundo. Ela agora vai atender toda área de Boa Viagem, Pina, além de bairros da zona norte, contribuindo com um tratamento ainda mais acelerado”, declarou a presidente da Compesa.

Além da ampliação, Manuela Marinho aponta que a aposta em tecnologia permite que o monitoramento das redes tanto de abastecimento como tratamento sejam monitorados da melhor forma. “Temos muitas ações de manutenção. Essa é a questão de que muitas vezes não adianta corrigir, e sim fazer ações estruturantes. Quando usamos inteligência artificial, conseguimos trocar toda rede da área por equipamentos que medem a distância por telemetria, vazão e pressão para saber se a água chegou ao ponto mais crítico de uma área. São ações que aprimoram o serviço”, afirmou.

 

Interiorização e tecnologia

Uma das principais dificuldades apresentadas pelo Estado é que Pernambuco conta com a menor quantidade de água por habitante, segundo a Compesa. 80% do que se tem de água está na RMR e nas Zonas da Mata, tendo assim o desafio do eixo do São Francisco e as adutoras no interior, já que 92,6% da quantidade de água está na área urbana.

Como forma de fazer com que a água chegue ao interior, a Companhia desenvolve junto ao Governo do Estado o Sistema Integrado de Saneamento Rural (Sisar). O programa é voltado para abastecimento na área rural. Com uma média de 7 mil comunidades rurais no Estado, a companhia já abastece 700 delas. “O Sisar se baseia em criar uma plataforma onde a prefeitura do município insere suas comunidades rurais para o Estado ter ideia de onde investir. O intuito é treinar comunidades para ter uma autogestão, entregamos o sistema de abastecimento e treinamos para que façam parte administrativa, de cobrança, emitindo a fatura, e a Compesa fica dando o apoio técnico necessário”, contou.

Hoje, dois Sisar estão implantados, no Moxotó e no Pajeú. Para este ano, o Sistema Integrado será implantado no Araripe e no São Francisco. “É uma política voltada para que a gente universalize tanto o urbano, quanto o rural. Começamos pela água para depois universalizar o saneamento no meio rural”, disse. A ação realizada pelo Sisar contribui para o desenvolvimento do Marco Legal do Saneamento, onde Pernambuco precisa investir R$ 20 bilhões até 2033, em implantação e operacionalização de abastecimento e saneamento. Para isso, o Estado já tem captado até 2026 mais de R$ 5 bilhões, fazendo frente aos investimentos.

“Temos metas a serem cumpridas e temos um grande projeto de captação para melhoria de captação na Zona da Mata Sul, projetos na área de Carpina. Estamos concluindo este ano a entrega de Serro Azul, levando 500 litros por segundo para Bezerros e Caruaru, injetando mais 500 litros por segundo no Agreste, concluindo ainda uma parte da Adutora do Agreste”, contou a presidente da Compesa.

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