Apesar das fortes chuvas recentes em estados como Maranhão e Bahia, os alertas meteorológicos opostos agora são dirigidos para o Piauí. De acordo com o Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos, órgão ligado ao Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), o período de seca deve começar mais cedo no estado.
O volume de chuvas previsto para maio deve cair pela metade na comparação com abril. Isso indica aumento geral nas já elevadas temperaturas, perda da umidade do solo, redução na qualidade do ar e, principalmente, riscos de queimadas.
De acordo com o Monitor de Secas do Brasil, produzido pela Agência Nacional de Águas (ANA), em março já houve um pequeno aumento de seca no sul do estado, com a queda constante no volume pluviométrico nos últimos meses. O alerta é para os efeitos imediatos desse processo.
No curto prazo, há expectativa de perda em lavouras. Atualmente, 10 cidades do Piauí respondem por 80% da produção agrícola do estado, cuja cultura dominante é a soja, seguida pelo milho e pelo arroz (que registraram recordes positivos em 2022).
Mas agosto do ano passado, 41 municípios em situação de seca grave ou moderada foram considerados em estado de emergência pelo governo local. Este ano, o alerta é que esse quadro tende a ser antecipado, o que exigirá manejos específicos na agricultura e políticas urgentes desde já para reduzir o impacto da seca. Em 2020, 92% de todo o território piauiense chegou a ser qualificado como atingido pela seca, em diferentes graus, conforme as regiões.