Por Vitor da Costa e Stephanie Tondo
Para O Globo – Rio
O mercado reagiu mal ao discurso do presidente Jair Bolsonaro no 7 de Setembro, em que foram renovados ataques ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ao sistema eleitoral. Para analistas, a esperança dos investidores de que o presidente passasse a adotar um tom mais moderado está cada vez mais distante, o que dificulta a aprovação das reformas e aumenta as chances de estouro do teto de gastos.
O dólar subiu 2,93%, cotado a R$ 5,3276. Essa foi a maior alta desde o dia 24 de junho, quando avançou 3,35%.
Já o Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, encerrou esta quarta-feira em queda de 3,78%, aos 113.412 pontos, próximo da mínima do dia, que foi de 113.181 pontos.
Essa foi a maior variação negativa para o índice desde 8 de março deste ano, quando caiu 3,99%, como reflexo do retorno do ex-presidente Lula ao jogo político após anulação de condenações decidida pelo ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF).
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No início da tarde, o real era a moeda que mais se desvalorizava no mundo.
Os juros futuros, por sua vez, vem subindo, o que sinaliza mais dificuldade para a economia no horizonte.
Investidores temem que o discurso radical do presidente dificulte aprovação de reformas e uma solução para os precatórios, com implicações diretas sobre o Orçamento.
Após os atos, a expectativa residia na reação dos outros Poderes, com destaque para as do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luiz Fux e do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).