Nesta sexta-feira (24), a Galvani Fertilizantes deve lançar a pedra fundamental de sua nova unidade na Bahia, marcando o início de um ambicioso plano de investimento de R$3 bilhões até 2027. A maior produtora de fertilizantes fosfatados na região do Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) pretende duplicar sua capacidade industrial na Bahia, abrir uma nova mineração e construir uma fábrica no Ceará. Este projeto visa reduzir em 25% a dependência de fertilizantes importados no Norte e Nordeste.
No ano passado, o Brasil importou 39 milhões das 45 milhões de toneladas de fertilizantes consumidos. Com os novos investimentos, a Galvani espera diminuir essa dependência, aumentando a produção nacional. Segundo Marcelo Silvestre, presidente da Galvani, a primeira etapa do plano de expansão já começou, com investimentos de R$ 700 milhões. Desses, R$ 400 milhões serão destinados à nova mineração de fosfato em Irecê, Bahia, e R$ 200 milhões para a fábrica de Luís Eduardo Magalhães, também na Bahia. A capacidade dessa unidade será dobrada para 1,2 milhão de toneladas anuais até o início de 2026.
A segunda fase do plano inclui a parceria com as Indústrias Nucleares do Brasil (INB) no projeto Consórcio Santa Quitéria, no Ceará. Este projeto envolve a exploração de reservas de fosfato e urânio. A Galvani aguarda licenças ambientais para iniciar a implantação, prevista para 2027. O complexo minero-industrial representará um investimento de R$ 2,3 bilhões e terá capacidade para produzir 1 milhão de toneladas de fertilizantes fosfatados por ano, além de 220 mil toneladas anuais de fosfato bicálcico, utilizado em nutrição animal.
Parte dos recursos para esses investimentos virá do caixa da empresa e financiamentos. O projeto em Irecê, por exemplo, conta com um financiamento de R$ 344 milhões da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), graças à inovação na tecnologia de concentração a seco, que elimina a necessidade de barragens de rejeitos.
Nos últimos anos, os preços dos fertilizantes subiram devido a fatores geopolíticos, mas atualmente estão mais estáveis. A Galvani, empresa de controle familiar que faturou R$ 1,2 bilhão no ano passado e emprega 1,1 mil trabalhadores, está focada em atender as culturas de soja, milho e algodão nas regiões Norte e Nordeste, mantendo sua posição como única produtora integrada de fertilizantes fosfatados nessas áreas.