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3 de outubro de 2024 16:08

No Nordeste, equipamentos de energia solar vendem igual ‘pamonha’

No Nordeste, equipamentos de energia solar vendem igual ‘pamonha’

Caminhão percorre cidades oferecendo crédito e instalação no mesmo dia. Bancos veem procura por financiamento disparar

Por Stephanie Tondo
Para O Globo

A conta de luz dos brasileiros vem subindo desde maio, em função da falta de chuvas no país, que tem como principal matriz energética as usinas hidrelétricas. Com isso, o mercado de energia solar, que vem crescendo ano a ano, ganhou ainda mais tração no primeiro semestre de 2021, impulsionado também por uma maior oferta de financiamentos específicos para esse tipo de investimento.

A professora Elisabete Dino, de 54 anos, está entre os consumidores que aderiram à geração distribuída este ano. Em julho, ao perceber que a conta de luz não parava de subir, ela decidiu contratar um financiamento para instalar painéis solares na sua casa e na de seus dois filhos, em Pernambuco. Como as três residências ficam no mesmo terreno, eles dividiram o valor do kit fotovoltaico, e a prestação ficou em R$ 1.181 por 60 meses.

— As parcelas que vamos pagar têm mais ou menos o mesmo valor que pagávamos de conta de luz todo mês, com a vantagem de que, se a tarifa subir, nosso gasto mensal continua o mesmo, e depois de cinco anos ficaremos pagando apenas a tarifa mínima da concessionária, que aqui é de R$ 22 — conta.

Além disso, o banco ofereceu a Elisabete uma carência de quatro meses até o pagamento da primeira parcela, uma prática que é de praxe nesse mercado. O objetivo é que o consumidor tenha tempo de instalar os painéis e fazer a homologação junto à distribuidora para começar a usufruir da economia de energia antes que o financiamento comece a ser pago.

 

O uso massivo de energia solar no país, que até pouco tempo atrás parecia uma coisa improvável, está avançando rapidamente Foto: Divulgação

 

Em junho, o país atingiu a marca de 532 mil unidades consumidoras com geração distribuída, um crescimento de 40% em relação a dezembro de 2020, segundo um estudo divulgado em agosto pela consultoria Greener. A classe residencial se destaca, com 50% do volume adicionado no primeiro semestre. Em 2019 e 2020, esses consumidores correspondiam a 39% do total.

Ainda de acordo com o levantamento, o financiamento bancário já está presente em 54% das vendas de sistemas fotovoltaicos.

A procura é tanta que, no interior do Ceará, um caminhão da empresa MF Energy circula há três semanas pelas ruas vendendo painéis solares e, de quebra, com financiamento pelo Santander. O crédito é liberado na mesma hora e o kit fotovoltaico é instalado na casa do cliente no mesmo dia.

— O caminhão roda pela cidade como se estivesse vendendo pamonha de Piracicaba — brinca Fabio Mascarin, superintendente da Santander Financiamentos, que disse ter ficado “positivamente surpreso” com a popularidade que a energia solar tem ganhado Brasil a fora.

O aumento das tarifas da bandeira vermelha pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) foi o que motivou Paulo Melo de Pinho Filho, dono da MF Energy, a apostar na ideia dos caminhões de painéis solares, que já circularam nas cidades cearenses de Sobral, Trairí e Tianguá e nos próximos dias visitarão outras regiões do estado.

 

 

 

 

 

 

 

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