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26 de julho de 2024 23:31

Nordeste promete liderar crescimento econômico do Brasil na próxima década

Nordeste promete liderar crescimento econômico do Brasil na próxima década

Investimentos públicos e privados projetam a região como o principal motor de crescimento econômico entre 2025 e 2033

Com uma série de investimentos públicos e privados programados para a próxima década, o Nordeste deve se destacar como a região de maior crescimento econômico no período de 2025 a 2033, de acordo com projeções da Tendências Consultoria.

Montadora Stellantis, em Pernambuco | Divulgação

A recessão iniciada em 2014 interrompeu um período de crescimento acima da média nacional na região, embora em patamares inferiores aos observados no Norte e Centro-Oeste.

Essas duas últimas regiões devem manter um bom desempenho nos próximos anos, também impulsionadas por investimentos adicionais, com o agronegócio desempenhando um papel significativo no Centro-Oeste.

Lucas Assis, economista e analista da Tendências Consultoria, destaca que o maior crescimento nessas três regiões em relação ao Sul e Sudeste não necessariamente representa uma redução substancial das desigualdades regionais do país, embora seja uma boa notícia.

Os investimentos planejados para o Sudeste, por exemplo, superam aqueles esperados para o Nordeste em termos de valores monetários, mas são proporcionais ao tamanho de suas economias. Em outras palavras, em regiões mais desenvolvidas, esses investimentos têm impacto menor.

Gráfico: Tendências Consultoria

Assis afirma: “O Nordeste liderará, em termos de variação anual do PIB, o crescimento da próxima década. Os investimentos impulsionarão a região nos próximos anos, mas o Sudeste continuará sendo o principal motor da economia brasileira”.

“Apesar das expectativas de crescimento no Nordeste, isso não necessariamente se traduzirá, pelo menos nos próximos dez anos, em uma redução da heterogeneidade econômica do país. As vulnerabilidades econômicas e a desigualdade marcante provavelmente persistirão.”

Na região Nordeste, a consultoria destaca o investimento da Petrobras de cerca de US$ 8 bilhões na Refinaria Abreu e Lima, em Ipojuca (PE), com o objetivo de ampliar a capacidade de refino no país. A primeira unidade, capaz de refinar 115 mil barris de petróleo por dia, está em operação desde 2014. O projeto do chamado trem 2 acrescentará capacidade de refino de 150 mil barris.

No mesmo estado, o grupo automotivo Stellantis investirá aproximadamente US$ 1,5 bilhão na ampliação do parque de fornecedores em Goiana (PE).

Outro destaque é o investimento de aproximadamente US$ 830 milhões para a implantação de uma refinaria no Complexo do Pecém (CE), da empresa Noxis Energy.

Ecio Costa, professor titular de Economia na UFPE (Universidade Federal de Pernambuco) e sócio na CEDES Consultoria e Planejamento, destaca a importância dos investimentos programados do Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), que totaliza quase R$ 100 bilhões no estado (R$ 700 bilhões em todo o Nordeste).

Costa ressalta: “O Nordeste necessita de investimentos significativos em infraestrutura, mas é crucial verificar o quanto desses projetos sairá do papel e se concretizará. Os PACs anteriores tiveram baixo índice de conclusão”.

Em Pernambuco, um dos gargalos é a infraestrutura viária, que tende a melhorar com obras como o Arco Metropolitano e a duplicação de alguns trechos da BR-104, que corre paralelamente à BR-101 no interior.

Ele também menciona o impacto do programa Bolsa Família, que tem valores mais elevados, em setores como as indústrias de alimentos e bebidas.

No Norte, a Tendências destaca os investimentos em mineração da Vale no Pará e obras para reduzir gargalos logísticos para escoar a produção agropecuária do Centro-Oeste.

Na região central, além do agronegócio, três grandes projetos de novas fábricas no setor de papel e celulose em Mato Grosso do Sul se destacam.

Lucas Assis, da Tendências, afirma que um dos principais riscos para a concretização dessas projeções e investimentos é o desempenho dos projetos ligados ao setor público. Ele afirma: “A situação fiscal deteriorada deve continuar limitando os desembolsos públicos”.

Mesmo os investimentos privados podem ser limitados por fatores como taxas de juros elevadas, inflação em patamares altos e incertezas globais que restrinjam o fluxo de recursos para países emergentes.

A consultoria espera um crescimento médio do país de 2,5% de 2025 a 2033, semelhante ao observado de 1996 a 2005, mas abaixo da média de 2006-2014 (3,5%), período que antecedeu a última grande recessão.

*Com informações de Folhapress

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