O estado do Piauí está prestes a inaugurar sua primeira fábrica de tijolos ecológicos, produzidos a partir de materiais sustentáveis e processos que minimizam o impacto ambiental. Esses tijolos são compostos por terra, areia e cimento, sem a utilização de produtos químicos nocivos.
O projeto foi idealizado pelos irmãos Leonardo Pereira, engenheiro de produção, e Laís Ribeiro, modelo. Com um investimento total de R$ 1,5 milhão, o projeto contou com um aporte de R$ 500 mil da Agência de Fomento e Desenvolvimento do Piauí (Badespi), em parceria com a Financiadora de Estudos e Projetos do Brasil (Finep). A fábrica, localizada em Teresina, deverá iniciar a produção em junho deste ano.
De acordo com Leonardo Pereira, o uso de tijolos ecológicos pode proporcionar uma economia de até 40% nos custos de construção, uma vez que não necessitam de argamassa e outros materiais para aplicação. Além disso, a velocidade de construção com esse material é 50% maior comparada aos métodos tradicionais.
“O tijolo solo-cimento, como é cientificamente chamado, é sete vezes mais forte que os tijolos convencionais. Sua durabilidade e resistência permitem reduzir o uso de cimento, areia e madeira, já que os blocos são encaixáveis e fixados com uma cola especial”, explica o Leonardo.
Inicialmente, a fábrica pretende produzir cerca de 3.500 tijolos ecológicos por dia, utilizando um único maquinário. Seis meses após a inauguração, uma segunda máquina será adquirida, dobrando a produção para até 8 mil tijolos diários. A previsão é que a fábrica gere entre 10 e 15 empregos inicialmente, expandindo para cerca de 60 empregos diretos em cinco anos.
A ideia para o empreendimento surgiu em 2022, após Leonardo estudar por três anos a produção de tijolos ecológicos em Minas Gerais. A demanda e aceitação do produto em outros estados como Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro motivaram os irmãos a trazerem a iniciativa para sua terra natal.
“Passei três anos imerso na produção de tijolos ecológicos, acompanhando desde a produção manual até a automatizada. Ao perceber a demanda e aceitação em Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro, decidimos trazer essa iniciativa para o nosso estado. Além de implementar uma cultura sustentável, a fábrica vai gerar emprego e pagar impostos, o que automaticamente movimenta a economia”, comenta o engenheiro de produção.
O projeto passou por um estudo de viabilidade financeira conduzido pelo Sebrae antes de ser apresentado à Badespi. Após três meses de análise, o projeto foi aprovado, e agora está em fase de implementação.