Na última sexta-feira, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelou os dados referentes ao Produto Interno Bruto (PIB) per capita dos municípios brasileiros em 2021. De acordo com o IBGE, Recife se mantém como a cidade do Nordeste com o maior PIB per capita, enquanto Salvador desce posições e se torna a capital com o menor PIB per capita do Brasil.
Joana Portela Florêncio, secretária de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação do Recife, destaca a robustez da economia da cidade como um fator essencial para a rápida recuperação diante do cenário adverso causado pela pandemia.
“Analisando a economia do Recife, percebemos a importância de manter ações que assegurem a solidez econômica, tanto por meio de investimentos públicos quanto no estímulo ao setor privado em diversos segmentos. Nesse cenário desafiador, essa abordagem econômica demonstra sua força para reverter o panorama negativo e se recuperar de forma ágil. Vale destacar que os dados são de 2021, quando a gestão municipal ainda não tinha acessado operações de crédito para realizar os grandes investimentos na cidade. Mesmo assim, continuamos a ser a cidade líder no Nordeste em termos de PIB per capita,” ressaltou a secretária.
A Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (Sdecti) do Recife estima que os anos seguintes, analisados pelo IBGE, testemunharão gerações de riquezas ainda mais expressivas. Isso se justifica pelo fato de que, ao somar 2021, 2022 e 2023, o Recife passou pelo maior ciclo de investimentos da década, totalizando aportes de mais de R$ 1,5 bilhão. “Considerando que o investimento público é um dos elementos-chave para impulsionar a economia nas cidades, isso terá um impacto significativo no indicador do PIB,” complementou a secretária.
O PIB per capita é um indicador crucial do bem-estar econômico, mostrando a relação entre a riqueza gerada na cidade e sua população. O desempenho do Recife torna-se ainda mais notável ao considerar a redução da desigualdade social e econômica, conforme indicado pelo índice de Gini.
Veja a tabela a seguir com a razão entre o PIB per capita dos Municípios das Capitais e o PIB per capita do Brasil (R$ 42.247,52)
Brasília (DF) | 2,19 |
---|---|
Vitória (ES) | 2,01 |
São Paulo (SP) | 1,58 |
Porto Alegre (RS) | 1,29 |
Rio de Janeiro (RJ) | 1,26 |
Curitiba (PR) | 1,18 |
Cuiabá (MT) | 1,13 |
Manaus (AM) | 1,08 |
Florianópolis (SC) | 1,08 |
Belo Horizonte (MG) | 0,99 |
Goiânia (GO) | 0,91 |
Campo Grande (MS) | 0,90 |
Porto Velho (RO) | 0,86 |
Recife (PE) | 0,78 |
Palmas (TO) | 0,78 |
São Luís (MA) | 0,77 |
Boa Vista (RR) | 0,73 |
Teresina (PI) | 0,65 |
Aracaju (SE) | 0,65 |
Fortaleza (CE) | 0,64 |
Natal (RN) | 0,64 |
João Pessoa (PB) | 0,64 |
Maceió (AL) | 0,63 |
Rio Branco (AC) | 0,62 |
Macapá (AP) | 0,59 |
Belém (PA) | 0,53 |
Salvador (BA) | 0,51 |
Salvador tem o menor PIB per capita do país
Salvador é a capital brasileira com o menor PIB per capita (total da riqueza da cidade dividido pelo número de habitantes). O ranking é liderado por Brasília, Vitória e São Paulo, enquanto as últimas posições ficam com Belém e a capital baiana, encerrando a lista.
O IBGE destaca desigualdades regionais no PIB per capita. Enquanto a média nacional foi de R$ 42.247,52, o Nordeste registrou R$ 21.500,00, seguido pelo Norte, com R$ 29.800,00. As demais regiões superaram a média, com destaque para o Centro-Oeste, com R$ 55.700,00. O Sul apresentou R$ 51.300,00, e o Sudeste, R$ 52.500,00.
Em termos gerais, o ranking é liderado por Catas Altas, cidade mineira a cerca de 60 quilômetros de Belo Horizonte. Com pouco mais de 5 mil habitantes, o município possui uma renda per capita de R$ 920.833,97, impulsionada pela extração de minério de ferro.
De acordo com o IBGE, ao longo dos últimos anos, a economia brasileira tem demonstrado menor concentração, com grandes cidades perdendo importância no Produto Interno Bruto (PIB), que engloba todos os bens e serviços produzidos no país.