Jornalismo econômico para a inovação no Nordeste -
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5 de outubro de 2024 02:36

Exclusivo: indústria do Nordeste demonstra sinais de recuperação no primeiro quadrimestre de 2024

Exclusivo: indústria do Nordeste demonstra sinais de recuperação no primeiro quadrimestre de 2024

A indústria de transformação teve um crescimento de 1,5%; setores como veículos e derivados de petróleo impulsionam desempenho positivo
Linha de montagem da fábrica da Jeep na cidade de Goiana, em Pernambuco | Foto: Paulo Paiva.

A indústria do Nordeste brasileiro mostrou sinais de recuperação no primeiro quadrimestre de 2024, com destaque para o mês de abril, que registrou um crescimento de 2,6% na produção industrial, conforme relatório do Escritório Técnico de Estudos Econômicos do Nordeste (Etene) do Banco do Nordeste (BNB).

No acumulado do ano, o setor industrial da região avançou 0,6%, de acordo com os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esse resultado representa uma recuperação significativa em relação ao último quadrimestre de 2023, que havia apresentado uma retração de 1,7%.

Apesar do crescimento, o desempenho do Nordeste ainda ficou aquém da média nacional, que avançou 3,5% no mesmo período. Além disso, o crescimento acumulado do Nordeste foi o segundo menor do país, superando apenas o Pará, que registrou uma queda de 1,7%, sendo o único estado com resultado negativo no quadrimestre. 

Na taxa anualizada até abril, o desempenho do Nordeste (-1,9%) ainda ficou abaixo da média nacional de 1,5%, mas melhorou em relação ao mês anterior, que havia registrado uma queda de 2,4%.

Para visualizar melhor:

Locais Abril 2024/ Março 2024 Abril 2024/ Abril 2023 Acumulado Janeiro-Abril Acumulado nos Últimos 12 Meses
Brasil -0,5 8,4 3,5 1,5
Nordeste -0,1 2,6 0,6 -1,9
Fonte: Elaboração BNB/Etene, com dados do IBGE (2024)

Setores em destaque

A indústria de transformação regional, que inclui 14 atividades pesquisadas, teve um desempenho positivo, com crescimento de 1,5%. Entre os setores que mais contribuíram para esse avanço estão os veículos (6,3%), derivados de petróleo (2,3%) e alimentos (2,2%).

Esses setores desempenharam um papel crucial no impulso industrial da região, refletindo uma demanda interna crescente e uma recuperação parcial do mercado externo. O setor de veículos, em particular, destacou-se com um crescimento de 6,3%, impulsionado pela retomada da produção e pelo aumento nas vendas tanto no mercado interno quanto nas exportações.

Montadora Fiat abrirá uma nova unidade no município pernambucano de Goiânia | Foto: Divulgação.

A indústria de alimentos também apresentou um desempenho robusto, com um crescimento de 2,2%, refletindo uma demanda contínua por produtos alimentícios tanto no mercado doméstico quanto no internacional. Esses avanços foram fundamentais para compensar os desafios enfrentados por outros setores.

Segmentos que encontram obstáculos

A indústria extrativa registrou uma queda acentuada de 17,6%, enquanto a metalurgia e os produtos químicos recuaram 18,2% e 4,3%, respectivamente. Esses setores têm um peso considerável na economia industrial do Nordeste, impactando negativamente o resultado geral.

As quedas nesses segmentos refletem tanto a volatilidade dos mercados globais de commodities quanto desafios estruturais específicos da região, como a falta de investimentos e infraestrutura inadequada.

Comparação com o pré-pandemia

Quando comparada com o período imediatamente anterior à pandemia de COVID-19 (fevereiro de 2020), a produção industrial do Nordeste apresentou uma leve estabilidade, passando de uma defasagem de 18,7% em março para 18,6% em abril de 2024. No contexto nacional, a produção em abril de 2024 foi apenas 0,1% abaixo do registrado em fevereiro de 2020, indicando uma recuperação mais robusta em outras regiões do país.

Essa estabilidade relativa na produção industrial do Nordeste, embora positiva, destaca a necessidade de medidas adicionais para impulsionar a recuperação plena. No entanto, a leve melhora observada nos últimos meses sugere que a região está no caminho certo, embora de forma mais lenta e desigual em relação ao restante do país.

Análise regional e perspectivas

Apesar dos avanços observados, o desempenho da indústria do Nordeste ainda ficou abaixo da média nacional e de muitos outros locais pesquisados pelo IBGE. Em abril de 2024, metade dos 18 locais pesquisados apresentaram crescimento de dois dígitos, com a média nacional alcançando 8,4%, enquanto a indústria do Nordeste cresceu 2,6%.

Os resultados da pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) corroboram a percepção de uma recuperação industrial ainda tímida na região. Em abril, o número de empregados na indústria do Nordeste reduziu pelo quinto mês consecutivo, embora de forma menos intensa e disseminada do que em março. A Utilização da Capacidade Instalada (UCI) manteve-se estável em 68% entre março e abril, indicando uma capacidade ociosa ainda significativa.

Apesar dos desafios, a Sondagem Industrial da CNI revelou um otimismo crescente entre os empresários do Nordeste em maio de 2024. Houve um aumento nas expectativas em relação à demanda, exportações, compras de matérias-primas e emprego.

Além disso, a expectativa de investimento para os próximos seis meses também mostrou avanço. Esses indicadores sugerem que, apesar das dificuldades atuais, os empresários acreditam em uma recuperação contínua e estão dispostos a investir na expansão e modernização de suas operações.

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