Com um mercado de trabalho cada vez mais competitivo, os jovens enfrentam o desafio de conquistar seu primeiro emprego. Uma oportunidade para garantir a possibilidade de um futuro promissor é o programa Jovem Aprendiz, que oferece vantagens para todos os envolvidos. E as empresas podem contar com o apoio do Senac para realizar contratações por meio do programa.
O Senac trabalha como uma entidade formadora no Programa de Aprendizagem Profissional no atendimento às empresas contribuintes no estado de Alagoas, bem como para empresas não contribuintes no formato comercial.
“Atualmente temos mais de 1.700 aprendizes distribuídos em aproximadamente 300 empresas. Entendemos que o Programa de Aprendizagem é uma porta de entrada para o mundo do trabalho e, em muitos casos, talvez a única oportunidade de inserção de jovens que se encontram em situação de vulnerabilidade social”, explicou Sandro Diniz, diretor de Educação Profissional do Senac Alagoas, ao Investindo por aí.
Ele reforça que a formação profissional por meio do Programa possibilita entregar às empresas contribuintes profissionais qualificados e preparados de forma técnica, com marcas formativas, valores e habilidades comportamentais necessárias para atuação profissional. De modo que, após a conclusão do curso de Aprendizagem, alguns aprendizes são contratados de forma efetiva para o quadro das referidas empresas. Fato que impacta no incremento de força de trabalho qualificada em todo país.
“O programa me ajudou a ter uma visão mais clara do mercado de trabalho e me deu a chance de começar minha carreira enquanto ainda estava estudando”, relata Lucas Santos, de 20 anos, que concluiu o curso de Assistente Administrativo e agora trabalha em uma empresa local. Segundo ele, a combinação de ensino teórico e prático foi fundamental para seu desenvolvimento profissional.
Oportunidade de mudança social
O Jovem Aprendiz do Senac tem atraído principalmente jovens de baixa renda, que encontram no programa uma chance de obter qualificação e garantir uma vaga no mercado de trabalho. Segundo dados do próprio Senac, grande parte dos jovens que participam do programa são contratados efetivamente após o término do contrato de aprendizagem. O Diretor Regional do Senac Alagoas, Felipe Dietschi, destaca que essa é uma oportunidade de inclusão social.
“Além de oferecer capacitação, o programa ajuda esses jovens a entrar no mercado de trabalho formal, algo que muitos deles jamais teriam acesso sem essa formação”, explicou Felipe ao Investindo por aí. Ele ainda ressalta que o programa também desempenha um papel importante na redução da evasão escolar, já que para participar, o jovem precisa estar matriculado e frequentando as aulas.
Dados revelam avanços na empregabilidade jovem
Um estudo divulgado recentemente pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) reforça a importância de programas como o Jovem Aprendiz para o enfrentamento do desemprego entre jovens. Segundo o levantamento, houve uma diminuição no número de jovens brasileiros que não estudam, não trabalham e nem estão à procura de emprego, os chamados “nem-nem”. No primeiro trimestre de 2024, esse número caiu para 4,62 milhões, em comparação aos 5,05 milhões registrados no mesmo período de 2019.
De acordo com a subsecretária de Estatísticas e Estudos do Trabalho, Paula Montagner, essa queda está ligada a políticas públicas que visam à inclusão dos jovens no mercado de trabalho formal. “Os jovens são os primeiros a serem dispensados em momentos de crise, mas também são os que mais se beneficiam quando a economia começa a se recuperar”, comenta Montagner.
Ela ainda pontua que a informalidade é uma questão preocupante entre os jovens. Embora a taxa geral de informalidade no Brasil seja de 40%, entre os jovens de 14 a 24 anos, esse número sobe para 45%. “Esses dados mostram que, embora o emprego entre os jovens esteja crescendo, muitos deles ainda estão em situações de vulnerabilidade”, afirma.
O perfil dos jovens contratados
Dados do MTE apontam que os jovens negros e as mulheres são a maioria dos beneficiados pelos programas de aprendizagem. Entre os 602 mil jovens empregados pela Lei do Jovem Aprendiz em 2024, 56% são pardos ou negros, e 52% são mulheres. João Victor Motta, diretor do Departamento de Políticas Públicas para a Juventude, ressalta que essa inclusão é essencial para promover equidade no mercado de trabalho.
“É fundamental que esses jovens, que enfrentam desafios adicionais por conta de sua raça ou gênero, tenham a oportunidade de iniciar sua trajetória profissional em empresas formais, com todos os direitos garantidos. Isso aumenta as chances de permanecerem no mercado de trabalho e progredirem em suas carreiras”, diz Motta.
Programa contribui para a redução da informalidade
Embora o Jovem Aprendiz seja uma ferramenta importante para a inclusão de jovens no mercado de trabalho, ainda existem desafios a serem superados. A informalidade continua alta entre os jovens, especialmente em setores como o de motoboys, onde 82% dos trabalhadores estão na informalidade. Segundo Paula Montagner, essa é uma questão que o governo e as empresas precisam enfrentar com urgência.
“A proposta de políticas que garantam os direitos desses jovens trabalhadores é algo em que estamos trabalhando”, afirma Montagner. “Programas como o Jovem Aprendiz podem ajudar a reduzir essa taxa de informalidade ao garantir que os jovens tenham uma formação técnica e acesso a vagas com carteira assinada”.
No entanto, o impacto positivo do programa é evidente. Jovens como Lucas e Ana Paula, que tiveram a chance de ingressar no mercado por meio do Senac Alagoas, são exemplos de como a aprendizagem pode transformar vidas e abrir portas para o futuro.
O que é o Programa Jovem Aprendiz?
O Programa Jovem Aprendiz foi criado com o objetivo de inserir jovens no mercado de trabalho, garantindo-lhes a oportunidade de adquirir experiência profissional em diversas áreas, enquanto continuam sua formação acadêmica. Ele é direcionado a adolescentes e jovens entre 14 e 24 anos, e as empresas participantes devem cumprir uma cota de contratação de aprendizes. O contrato de aprendizagem tem duração de até dois anos e garante ao jovem todos os direitos trabalhistas, como férias, 13º salário e Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS).
Além disso, o programa é desenhado para proporcionar uma combinação de capacitação teórica em instituições como o Senac e prática supervisionada nas empresas, formando um ciclo completo de aprendizagem. A principal vantagem do Jovem Aprendiz é que ele possibilita que os jovens ingressem no mercado formal de trabalho sem abrir mão dos estudos, garantindo uma formação técnica sólida e preparando-os para ocupações com maior qualificação e remuneração.
Eventos e cases de sucesso
Ao longo dos últimos anos, diversos eventos promovidos pelo Senac têm destacado a relevância do Programa Jovem Aprendiz. Um exemplo disso foi o Seminário Jovem Aprendiz 2023, realizado em São Paulo, que reuniu empresários, representantes do governo e especialistas em educação para discutir a importância da formação dos jovens e as perspectivas futuras no mercado de trabalho. Durante o evento, foram apresentados cases de sucesso de jovens que ingressaram no programa e conseguiram desenvolver carreiras promissoras.
Carla Alves, 19 anos, que participou do programa, contou sua trajetória no seminário. “Eu estava perdida, sem saber que caminho seguir. O Jovem Aprendiz do Senac me deu uma formação completa. Hoje, trabalho em uma empresa de logística, a mesma que me acolheu como aprendiz. Esse foi o meu primeiro emprego e, com certeza, abriu portas para o meu futuro”, destacou Carla. Sua experiência, assim como a de muitos outros jovens, reflete a eficácia do programa na promoção da inclusão social por meio da empregabilidade.
Outro evento significativo foi o Fórum Nacional de Aprendizagem, promovido em 2022 no Rio de Janeiro, onde representantes de grandes corporações discutiram a contribuição do Jovem Aprendiz para suas empresas. Pedro Lima, gestor de uma multinacional que há anos participa do programa, afirmou durante o fórum: “O impacto é notável. Recebemos jovens altamente capacitados, e muitos deles são efetivados ao final do contrato de aprendizagem. Além disso, esses jovens trazem inovação e energia para o ambiente de trabalho”.