Jornalismo econômico para a inovação no Nordeste -
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27 de abril de 2024 03:17

Exclusivo: fronteiras agrícolas do Nordeste impulsionam economia nacional

Exclusivo: fronteiras agrícolas do Nordeste impulsionam economia nacional

Regiões de Matopiba e Sealba contribuem para alavancar a participação agrícola do Nordeste com o desenvolvimento de práticas sustentáveis
Cultivo de soja na fronteira agrícola de Sealba | Foto: Ronaldo Ronan Rufino
Cultivo de soja na fronteira agrícola de Sealba | Foto: Ronaldo Ronan Rufino

O Nordeste do Brasil está experimentando um crescimento significativo em sua economia agrícola, impulsionando não apenas a região, mas também o país como um todo. Com recursos naturais abundantes e uma crescente adoção de práticas sustentáveis, o Nordeste se consolida como um polo agrícola de importância nacional, com a rápida expansão de novas fronteiras agrícolas extremamente produtivas.

De acordo com dados do FGV IBRE, entre 2002 e 2020, o PIB nordestino representou, em média, 13,6% do PIB brasileiro, indicando um crescimento contínuo ao longo dos anos, com Bahia, Pernambuco e Ceará respondendo por 62,8% do total. Embora o setor de serviços predomine na economia nordestina, contribuindo com 72,4% da sua composição, a agropecuária tem uma participação maior no valor adicionado do Nordeste em comparação com a média nacional, enquanto a indústria tem uma contribuição menor, especialmente devido à indústria de transformação.

Alderi Araújo | acervo pessoal
Alderi Araújo | acervo pessoal

, Diretor de Governança e Gestão da Embrapa, destaca o potencial do Nordeste no cenário agrícola nacional: “A região Nordeste desempenha um papel crucial na balança comercial do Brasil. Além disso, os commodities produzidos na região não apenas são essenciais para exportação, mas também para o abastecimento do mercado interno, sendo fundamentais para a alimentação da população brasileira. Além disso, o desenvolvimento agrícola na região contribui para o crescimento de outros setores”.

Desenvolvimento sustentável é pilar do crescimento no Nordeste

O Nordeste se destaca pela adoção de práticas agrícolas sustentáveis, reconhecendo a importância de equilibrar a produção com a conservação ambiental. Programas de incentivo do governo e parcerias com instituições de pesquisa têm impulsionado a adoção de tecnologias sustentáveis, como o uso de biofertilizantes e a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF). 

“Estamos em um caminho sem volta em direção à sustentabilidade. As práticas sustentáveis são cada vez mais necessárias, não só para atender aos mercados exigentes, mas também para garantir três eixos principais: a preservação do meio ambiente, a renda das comunidades locais e a transformação social. As regiões em grande expansão agrícola do Nordeste estão adotando práticas sustentáveis, como o sistema de plantio direto, que preservam as propriedades físicas do solo e reduzem os impactos ambientais”, afirma Alderi Araújo.

Matopiba é fronteira agrícola que mais cresce no Brasil

O Matopiba, abreviação que engloba partes dos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, destaca-se pela robusta produção agropecuária, especialmente de grãos como soja, milho e algodão. A região baiana, em particular, desponta como a segunda maior produtora nacional de algodão, perdendo apenas para o estado do Mato Grosso. Com uma safra conjunta de soja e milho alcançando quase 15 milhões de toneladas em 2018, o Matopiba contribui significativamente para a produção nacional, representando cerca de 10% do total, conforme dados do IBGE processados pela Embrapa. Além dos grãos, a região também se destaca na produção de frutas, raízes, tubérculos e pecuária, ampliando sua diversidade produtiva.

“A região do Matopiba é reconhecida como um importante celeiro agrícola para o Brasil, destacando-se por suas vastas extensões de terras férteis e um clima propício para a produção em larga escala de grãos como soja, milho e algodão. Seu potencial de crescimento contínuo não apenas contribui significativamente para a segurança alimentar e econômica do país, mas também atrai investimentos e atenção de todo o setor agrícola nacional. Nesse contexto, a Embrapa desempenha um papel crucial, promovendo pesquisa e desenvolvimento de tecnologias que viabilizam a produção agrícola em áreas de Cerrado, impulsionando assim a expansão do agronegócio na região do Matopiba”, comenta o diretor de Governança e Gestão da Embrapa.

Caracterizada pelo bioma Cerrado, o Matopiba ocupa uma extensão de 66,5 milhões de hectares, predominantemente coberta por esse bioma. Remanescentes da Amazônia e da Caatinga também são encontrados na região. O clima varia entre semi-úmido e semi-árido, influenciando diretamente na distribuição das atividades agrícolas.

Sealba apresenta promissor potencial agrícola, mas ainda pouco explorado

O Sealba, formado pelos estados de Sergipe, Alagoas e parte da Bahia, representa uma promissora fronteira agrícola ainda pouco explorada, composta por 171 municípios. Identificado por técnicos da Embrapa Tabuleiros Costeiros, esse território apresenta um alto potencial agrícola.

Caracterizado por chuvas superiores a 450 mm entre abril e setembro, o Sealba possui condições climáticas favoráveis para o cultivo de diversas culturas de grãos, destacando-se pela produção de citros, coco, banana, maracujá, entre outros. A cana-de-açúcar ocupa uma área expressiva na região, com destaque para o estado de Alagoas.

“Com condições climáticas favoráveis e terras férteis, a região apresenta um potencial agrícola vasto e diversificado. Desde a produção de citros até culturas de grãos, como milho e feijão, promete ser uma fonte importante para o Nordeste brasileiro. No entanto, apesar de seu potencial, o Sealba enfrenta desafios socioeconômicos e de infraestrutura, requerendo investimentos para promover o desenvolvimento sustentável e o aproveitamento pleno de suas vantagens comparativas”, diz Araújo.

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