A gigante automotiva chinesa BYD deu início, nessa terça-feira (5), às obras da sua primeira fábrica de carros elétricos no Brasil. O complexo será construído do zero em Camaçari, na região metropolitana de Salvador, onde anteriormente estava localizada a planta da Ford, até a pandemia.
O terreno de 4,6 milhões de metros quadrados, antes utilizado pela Ford, foi entregue ao governo estadual no fim do ano passado. A aquisição do complexo custou aproximadamente R$ 288 milhões. O investimento para a construção do polo industrial está estimado em cerca de R$ 3 bilhões. Quando finalizado, será a maior instalação da BYD fora da China. A expectativa é que a produção do primeiro carro comece ainda este ano, com capacidade para montar 150.000 automóveis por ano durante a primeira fase de implantação.
Executivos da BYD afirmam que serão montados no Brasil o Dolphin Mini, recentemente lançado no país, o Dolphin e o Yuan Plus, além do SUV híbrido Song Plus. Inicialmente, cerca de 25% das peças para a montagem dos veículos serão produzidas localmente, aumentando gradualmente à medida que a cadeia de suprimentos se estabeleça. Estima-se que em cinco anos a produção nacional atinja aproximadamente 60%, incluindo as baterias.
Na fase inicial das obras, serão construídas 26 novas instalações, incluindo galpões de produção e uma pista de testes, ocupando uma área de cerca de 1 milhão de metros quadrados. As antigas instalações do complexo serão destinadas a fornecedores que auxiliarão na produção de partes e peças dos novos veículos.
Alexandre Baldy, conselheiro especial da BYD, destaca que a empresa contribuirá para o crescimento econômico do estado da Bahia. “A BYD vai contribuir para o fomento econômico do estado, com a geração 10 mil empregos, e trará Camaçari de volta aos holofotes nacionais da indústria brasileira, transformando a cidade baiana em um polo de atração de fornecedores diversos ligados a toda cadeia produtiva, desde peças e acessórios até prestadores de serviços, dando prioridade a empresas locais”, afirmou.
A BYD também planeja fabricar chassis de ônibus e processar lítio e ferro fosfato, utilizados nas baterias dos veículos.
Segundo informações de envolvidos nas negociações, a BYD pagará apenas 5% do ICMS para a Bahia e ficará isenta do Imposto de Renda.