Jornalismo econômico para a inovação no Nordeste -
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8 de maio de 2024 16:16

Exclusivo: ecossistema de startups no Nordeste freia migração de talentos para Sul e Sudeste

Exclusivo: ecossistema de startups no Nordeste freia migração de talentos para Sul e Sudeste

Ecossistema nordestino fortalece-se com ascensão das startups, desafiando cenário tradicional de fuga de cérebros para regiões mais desenvolvidas

A ascensão e consolidação das startups na região Nordeste estão desencorajando a tradicional migração de talentos para o Sul e Sudeste do Brasil, com a disseminação do trabalho remoto tendo um papel fundamental nesse processo. As capitais nordestinas se destacam com seus polos de tecnologia, repletos de histórias de sucesso que atraem investimentos, criam oportunidades e retêm os talentos locais, contribuindo significativamente para a geração de empregos e renda em toda a região.

Hub cearense Rapadura Valley | Divulgação
Hub cearense Rapadura Valley | Divulgação

Exemplos notáveis incluem hubs (espaços – físicos e/ou virtuais – nos quais empresas e startups podem trabalhar e ter acesso a contatos, investidores, mentores e fornecedores) como o Manguezal, em Recife; o Rapadura Valley, em Fortaleza; e o Jerimum Valley, em Natal. Além disso, o Caju Valley, em Aracaju, e o Sururu Valley, em Maceió, desempenham papéis igualmente relevantes, impulsionando os mercados regionais do Nordeste que cada vez mais adotam soluções digitais para suas demandas.

Hubs de startups

De acordo com Bárbara Carvalho, da Rapadura Valley, comunidade de Fortaleza que age promovendo a colaboração, compartilhamento de recursos e networking entre empreendedores, investidores e mentores, as comunidades de startups desempenham um papel crucial no desenvolvimento do ecossistema de startups no Nordeste.

Bárbara Carvalho | Reprodução
Bárbara Carvalho | Reprodução

“Participar de uma comunidade de startups oferece benefícios como networking, acessos a mentoria, compartilhamento de conhecimento e oportunidades de parcerias, contribuindo para o crescimento e sucesso dos empreendedores, startups e ecossistema”, disse Bárbara, que é liderança Rapadura Valley, líder inovativa 2024 e CMO da empresa ProGamers.

Ela explica que a ProGamers é uma startup de esports B2B2C fundada em 2020, especializada em gestão de eventos e campeonatos, que recentemente passou por um rebranding, consolidando-se como referência no setor. Conta ainda que a startup participa ativamente de eventos renomados no Nordeste, como Imagineland, Sana, Ibyte Gamer e Riomar Esports, contribuindo para o crescimento do cenário de jogos eletrônicos. Com uma plataforma automatizada, a ProGamers destaca-se por sua inovação e liderança no universo dos esportes.

“Existem diversos tipos de comunidades de startups no Nordeste, incluindo aceleradoras, espaços de coworking, grupos de networking e eventos temáticos, cada um oferecendo suporte específico às necessidades dos empreendedores. Comunidades de startups fortalecem o ecossistema ao criar um ambiente propício à inovação, facilitando a troca de experiências e estimulando a criação de sinergias que impulsionam o crescimento das startups na região”, opina.

Para Bárbara, os maiores desafios enfrentados pelas comunidades de startups no Nordeste incluem a falta de recursos financeiros, a necessidade de maior visibilidade e a criação de conexões mais robustas com o setor público e privado.

Sobre as tendências futuras para as comunidades, Bárbara diz que incluem uma maior integração com tecnologias emergentes, como inteligência artificial e blockchain, e um foco contínuo na diversidade e inclusão para promover ecossistemas mais robustos e inovadores.

Espaços onde empreendedores se apoiam mutuamente

Thayron Sabino, co-líder da Sururu Valley, comunidade de startups de Alagoas, também conversou com o IPA. Para ele, as comunidades desempenham um papel fundamental para o desenvolvimento do ecossistema de startups no Nordeste. “São espaços onde empreendedores, investidores e mentores se conectam, compartilham experiências e conhecimentos, e se apoiam mutuamente. Essa interação promove a inovação, estimula o crescimento das startups e fortalece a rede empreendedora da região”, opina.

Thayron Sabino | Reprodução
Thayron Sabino | Reprodução

Sabino diz ainda que participar de uma comunidade de startups traz diversos benefícios, como networking com outros empreendedores, acesso a mentoria especializada, possibilidade de parcerias estratégicas, visibilidade para investidores e aprendizado contínuo por meio de eventos, workshops e palestras.

Ele destaca que alguns desafios enfrentados pelas comunidades de startups no Nordeste incluem a falta de infraestrutura adequada, dificuldade de acesso a financiamento, burocracia para abertura e manutenção de negócios, escassez de talentos qualificados e a necessidade de maior integração com políticas públicas de incentivo ao empreendedorismo.

“Para o futuro, espera-se que as comunidades de startups no Nordeste continuem crescendo e se diversificando, com o surgimento de novos espaços de inovação, programas de aceleração mais especializados e parcerias estratégicas entre instituições públicas e privadas. Além disso, a tendência é que haja uma maior integração entre as comunidades locais e o ecossistema nacional e internacional de startups”, disse Thayron.

Mais inovação

Além dos hubs locais, grandes players do mercado, como a Confederação Nacional da Indústria (CNI), vêm intensificando seus esforços para promover o desenvolvimento do ecossistema de inovação e tecnologia no Brasil.

Por meio de iniciativas como a Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI), criada em 2008, e a Plataforma Inovação para a Indústria, a CNI tem trabalhado nessa direção. Além disso, o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) e o Serviço Social da Indústria (SESI) têm desempenhado papéis fundamentais, graças à sua extensa rede de institutos e centros de inovação e tecnologia.

Recentemente, uma nova parceria foi estabelecida com a SOSA, uma empresa global de inovação aberta. O objetivo é integrar as indústrias brasileiras e as startups aos ecossistemas de inovação tecnológica mais avançados do mundo. Tanto a CNI quanto a SOSA reconhecem que as corporações estão cada vez mais buscando oportunidades além-fronteiras e envolvendo-se com startups como uma forma de impulsionar a inovação e se manterem relevantes no mercado.

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