O Banco do Nordeste (BNB) destinou R$10,7 bilhões nos últimos dois anos para financiar projetos de energia solar e eólica, consolidando o Nordeste como a principal região produtora de energia renovável do Brasil. A instituição tem sido um pilar no desenvolvimento de negócios sustentáveis, especialmente com o uso da linha de crédito FNE Verde.
O diretor de planejamento do BNB, Aldemir Freire, destaca que a instituição tem se destacado como líder nacional nos investimentos em transição energética nos últimos anos. “Entre 2018 e outubro de 2024, o BNB destinou R$40 bilhões, sendo 57% em geração de energia fotovoltaica e 43% em geração de energia eólica. Esses financiamentos foram fundamentais para o impulso da transição energética na Região Nordeste, que já adota esse modelo há mais de dez anos, aproveitando os recursos do vento e do sol”, afirma.
Nordeste lidera em energias renováveis com foco em investimentos e infraestrutura
Segundo dados do Operador Nacional do Sistema (ONS), em outubro de 2024, o Brasil atingiu 32.418 MW de capacidade instalada em energia eólica, com mais de 30.000 MW no Nordeste. A região também lidera em energia solar, com 8.900 MW de 15.800 MW no país. O Banco do Nordeste (BNB) investiu R$2,5 bilhões em mini e microgeração fotovoltaica de 2019 a 2024.
O Nordeste busca atrair investimentos para fortalecer suas cadeias produtivas, aproveitando sua vantagem em energia limpa para impulsionar indústrias relacionadas ao conceito de “powershoring” – que se refere à estratégia de relocalizar ou atrair indústrias e cadeias produtivas para regiões com abundância de recursos, especialmente energéticos. O Brasil precisa de R$3,2 trilhões até 2034 para expandir a geração de energia elétrica, com R$597 bilhões direcionados a este setor.
Veja infográfico georreferenciado que apresenta o financiamento da geração centralizada e da mini e micro-geração de energia por fonte renovável.:
O BNB apoia programas como a Nova Indústria Brasil (NIB) e o Plano de Transformação Ecológica (PTE), buscando integrar energias renováveis e infraestrutura. O banco tem captado recursos de organismos internacionais, como o Banco Mundial e o BID, para fortalecer o financiamento em energias renováveis, hidrogênio verde e logística.
FNE Verde: crédito para negócios sustentáveis
O Programa de Financiamento à Sustentabilidade Ambiental, conhecido como FNE Verde, foi criado na década de 1990, tornando-se um dos primeiros programas de financiamento verde de instituições financeiras. Ao longo dos anos, o programa evoluiu para uma linha multissetorial, abrangendo desde a agricultura, com foco na Agricultura de Baixo Carbono (ABC), até a infraestrutura, com ênfase no saneamento básico e na geração de energia renovável.
De acordo com o diretor, o FNE Verde visa apoiar projetos voltados à preservação ambiental, recuperação de áreas degradadas, adaptação às mudanças climáticas e a transição para uma economia de baixo carbono. “O programa também contempla iniciativas de eficiência energética, mini e micro-geração de energia fotovoltaica, e até a produção e armazenamento de hidrogênio verde (H2V), com destaque para os estados do Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Pernambuco e Bahia, que estão em fase de monitoramento”, comenta Freire.
Entre 2019 e 2024 (até junho), o FNE Verde destinou R$34,3 bilhões em investimentos a diversos setores e portes de empresas, promovendo o desenvolvimento sustentável e incentivando a inovação e a competitividade nas regiões atendidas.
Para 2025, o banco projeta um aumento de 30% no volume de crédito, com uma previsão de R$7,7 bilhões disponíveis. As condições da linha incluem prazos de até 34 anos e carência de até oito anos, com taxas de juros competitivas.
Confira abaixo o infográfico georreferenciado que mostra os financiamentos realizados pelo Programa FNE Verde: