Nesta quinta-feira (dia 11), um evento reunirá um público seleto em São Paulo para discutir as oportunidades e os impactos positivos dos investimentos em infraestrutura e saneamento básico no Nordeste. Com apoio do Banco do Nordeste (BNB) e realização do Valor e da Editora Globo, o debate contará com a presença do presidente do BNB, Paulo Câmara, e de outros especialistas no assunto.
O BNB é um dos principais provedores de capital na região, oferecendo desde microcrédito até empréstimos para projetos de infraestrutura com as melhores condições de prazo e juros do mercado. “Temos grande expertise e atendemos a todos os segmentos produtivos”, afirma o diretor de Planejamento do banco, José Aldemir Freire. “Mas definimos algumas áreas como mais prioritárias.”
Na infraestrutura, setor para o qual o banco destinou R$ 26,7 bilhões nos últimos três anos, o segmento de energia vem ganhando cada vez mais relevância nos últimos anos. Entre 2021 e 2023, o BNB emprestou um total de R$ 17,89 bilhões para energia limpa, sendo R$ 7,96 bilhões para projetos de energia eólica e R$ 9,93 bilhões para energia solar. Projetos de transmissão e distribuição receberam R$ 1,46 bilhão. Segundo Freire, esse setor será um dos focos do Banco, incluindo projetos voltados à produção de hidrogênio verde e eólicas offshore.
Outro setor importante é o de saneamento básico, que tem alto impacto nas condições de saúde da população e vem despertando grande interesse do setor privado. De 2021 a 2023, foram R$ 2,97 bilhões investidos em projetos dessa natureza. No agronegócio, o BNB é responsável hoje por 49% do crédito rural e 90% do crédito para agricultura familiar na região e pretende aumentar sua participação na oferta de capital para projetos relacionados a atividades como a produção de grãos no Cerrado, de frutas no Vale do São Francisco e de cana-de-açúcar e etanol na Zona da Mata. Todos esses projetos demandam mais infraestrutura de armazenamento e transporte.
Por esse motivo, investimentos em logística, incluindo portos, aeroportos, rodovias e ferrovias, também vêm recebendo atenção especial do banco, assim como aqueles direcionados ao setor de turismo, que proporcionam alto retorno em geração de emprego e renda.
REDUZIR CUSTO DE CAPITAL
Para atender a um grande número de projetos, observa o diretor de Planejamento, o BNB adota um limite de financiamento por grupo econômico. “A medida visa garantir que o Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE) atue como um componente para reduzir o custo do capital, em vez de ser o principal financiador de ccada projeto”, explica Freire. Ao diversificar o alcance dos recursos, ele pontua que o banco pode distribuir melhor o financiamento e incentivar um maior número de iniciativas, promovendo assim um desenvolvimento mais equilibrado e abrangente no Nordeste.
Os juros oferecidos pela instituição estão entre os melhores do mercado. Os prazos também estão entre os mais longos disponíveis no país, podendo chegar a 34 anos para projetos de saneamento. O banco também se destaca pela maturidade da sua governança corporativa.
O diretor de Controle e Risco, Leonardo Cruz, aponta os procedimentos rigorosos que o banco adota para garantir a transparência, a lisura e a sustentabilidade de suas operações, como sua política de segregação de funções e a prática de decisões colegiadas. “Temos a participação de inúmeros atores no processo de concessão de crédito, mitigando os riscos”, ressalta Cruz.
Ao mesmo tempo que desempenha a missão de contribuir para o desenvolvimento do Nordeste de sua área de abrangência, o BNB busca preservar a rentabilidade de suas operações e fortalecer sua própria sustentabilidade. Os resultados mostram que a instituição se mantém firme nesse caminho, tendo apresentado no último ano um índice de retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) superior a 20%, equiparável ao dos grandes bancos do país.
CONCESSÕES E PPPs
Diante do aumento da demanda por financiamentos, o banco vem buscando diversificar também as fontes de recursos, em complemento ao FNE, que deve atingir R$ 50 bilhões anuais nos próximos anos. Por meio de acordos com organismos multilaterais, como o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), o Banco Europeu de Investimento (BEI), a Agência Francesa de Desenvolvimento – AFD e o New Development Bank – NDB, tem atraído novos recursos para investimentos de longo prazo na região.
Outra iniciativa de destaque é a criação de uma área do banco voltada à estruturação de projetos de concessões e parcerias público-privadas (PPPs) para a região. O trabalho é realizado em ação conjunta com a Secretaria Especial do Programa de Parcerias de Investimentos (SPPI) do governo federal e o BID e busca atender à crescente demanda de estados e municípios por estruturadores de concessões e PPPs.
Com o início da estruturação dos primeiros projetos ainda este ano, o BNB planeja não apenas desenvolvê-los, mas também atuar no financiamento dessas concessões, promovendo assim o desenvolvimento econômico e a infraestrutura regionais. O Nordeste tem se mostrado uma região com muitos projetos economicamente viáveis, e a parceria público-privada tem se mostrado uma solução estratégica.