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8 de maio de 2024 16:35

Empresário australiano anuncia investimentos de US$ 5 bilhões no Ceará

Empresário australiano anuncia investimentos de US$ 5 bilhões no Ceará

Presidente da mineradora Fortescue anuncia investimentos para produção de hidrogênio verde durante encontro no Planalto

O empresário australiano Andrew Forrest, presidente da Fortescue, uma das maiores mineradoras do mundo, revelou nesta quinta-feira (9) os planos de investir US$ 5 bilhões em um ambicioso projeto de hidrogênio verde no Complexo Industrial e Portuário do Pecém, localizado no Ceará. O anúncio foi feito durante um encontro no Palácio do Planalto, onde Forrest foi recebido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), contando também com a participação do governador do Ceará, Elmano de Freitas (PT).

Andrew Forrest é recebido pelo presidente Lula e pelo governador do Ceará, Elmano de Freitas, no Planalto (Foto: Ricardo Stuckert)

O projeto visa alcançar uma produção diária de 837 toneladas de hidrogênio verde, fazendo uso de 2.100 MW de energia renovável. De acordo com informações do governo federal, a iniciativa tem o potencial de gerar aproximadamente 5.000 empregos durante a fase de construção.

No mês passado, o Coema (Conselho Estadual do Meio Ambiente) aprovou o Estudo de Impacto Ambiental apresentado pela Fortescue para a implantação da planta de hidrogênio verde, autorizando a emissão da licença prévia pela Semace (Superintendência Estadual do Meio Ambiente). A empresa tornou-se a primeira a atingir esse estágio no processo.

Energia verde a preços competitivos

Andrew Forrest, ao falar com a imprensa, destacou a expectativa de um setor energético com menor impacto ambiental e custos acessíveis para o consumidor. Ele enfatizou a capacidade do Brasil de competir diretamente com o setor de óleo e gás desde o início, devido aos baixos preços da energia solar e eólica.

“Se você combina um sol barato, um vento barato, com amônia verde e hidrogênio verde, o conjunto é significativamente mais barato do que queimar óleo e gás. Estou empolgado com a possibilidade de competir com o setor de combustíveis fósseis direto”, disse Forrest.

Além disso, o executivo acredita que o mercado será a principal influência sobre o preço e o tipo de hidrogênio consumido, citando países como Coreia do Sul, Alemanha e Japão como demandantes desse recurso.

Infraestrutura e regulação: o papel do governo no avanço sustentável

Quando questionado sobre a necessidade de subsídios, Forrest destacou que, embora não seja necessária uma ajuda direta, a infraestrutura disponível é crucial para o avanço da indústria do hidrogênio. Ele sugeriu que o governo pode desempenhar um papel vital apoiando a infraestrutura necessária para o progresso sustentável.

“Não precisamos de subsídios [diretos], mas é preciso infraestrutura disponível para que essa indústria avance”, comentou. Forrest também elogiou a inclusão do hidrogênio verde na reforma tributária brasileira, considerando-a um sinal positivo para a indústria.

Responsabilidade ambiental na indústria pesada

O hidrogênio verde, estratégico nos planos do governo brasileiro para a descarbonização de diversas cadeias produtivas, está atraindo investidores estrangeiros, como a Fortescue, interessados na exportação de energia na forma de combustíveis. Andrew Forrest ressaltou que a estratégia da Fortescue inclui priorizar o abastecimento da indústria brasileira antes da exportação.

“Vamos olhar para a indústria brasileira primeiro. Em seguida, a exportação. O Brasil queima centenas de bilhões de dólares por ano importando fertilizantes da Rússia. Nós podemos converter eletricidade excedente em hidrogênio e amônia e em fertilizantes”, afirmou o executivo.

Forrest enfatizou a responsabilidade da indústria pesada na redução das emissões de gases de efeito estufa e no impacto ambiental. Ele instigou a indústria a agir rapidamente para mudar para alternativas mais sustentáveis, citando a colaboração com a brasileira Vale para pressionar outras grandes mineradoras a abandonar os combustíveis fósseis.

“A crise climática não é culpa do público. Não é culpa das pessoas nas ruas. Isso é culpa da indústria pesada. Nós devemos entregar aço, ferro e energia sem fazer mal para o nosso planeta”, afirmou Forrest. Ele compartilhou a meta da Fortescue Metals de substituir toda a demanda por fósseis em cinco anos, destacando a urgência dessa transição.

“Não é em 2050. É em cinco anos. Se nós podemos parar com os combustíveis fósseis, eles também podem”, defendeu Forrest.

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