A pujança econômica do Nordeste pode ser verificada pela cada vez maior participação de empresas da região na Bolsa de Valores brasileira. Para o pernambucano e economista-chefe do Banco do Nordeste, Rogério Sobreira, a abertura de capital por empresas nordestinas aumenta a competitividade regional entre os setores e atrai mais empresas para ingressarem na Bolsa de Valores.
“À medida que mais empresas nordestinas abrem o capital, isto pode contribuir para um movimento generalizado de profissionalização das empresas competidoras com aquelas que abriram o capital, aumentando a produtividade do setor e gerando um círculo virtuoso para o tecido empresarial”, observa o economista, que destaca, ainda, que essa tendência implica em uma maior profissionalização na relação dessas companhias com seus fornecedores, nas suas relações de trabalho etc; o que gera mais produtividade para aquelas empresas que operam diretamente com as empresas listadas”, afirmou.
Sobreira observa que a regionalização das empresas não afeta negativamente seu desempenho perante os investidores. Pelo contrário, quanto mais diversificado for o mercado em termos geográficos, melhor será a capacidade das empresas de lidar com flutuações econômicas, que nem sempre impactam todas as regiões da mesma forma.
Para o analista, no Nordeste, o setor de comércio é o que mais tende a se beneficiar com a abertura de capital. Ao ser questionado sobre o levantamento realizado pelo Investidor Por Aí, ele reconheceu a dificuldade de previsão, mas demonstrou otimismo em relação à economia para o ano vigente. “É difícil avaliar o prognóstico para estas empresas individualmente, mas o que podemos afirmar é que, embora 2025 seja um ano desafiador, estamos cautelosamente otimistas e não vemos os elementos que explicaram o comportamento da economia em 2024 perdendo força significativa neste ano”.
O economista celebra o bom desempenho econômico do Nordeste em relação ao restante do país, um fator que pode estimular a entrada de mais empresas na Bolsa de Valores. “Este melhor desempenho macroeconômico tem sido a combinação virtuosa entre crescimento do rendimento médio real – rendimento médio real individual, massa de rendimento médio real, massa salarial e massa salarial ampliada – e geração de emprego, formal e informal” Para ele, essa dinâmica impulsiona o consumo e acelera a economia local. “Este comportamento pode, sim, influenciar a disposição de algumas empresas da região a abrir seu capital, desde que isto se traduza em um desempenho consistente para estas empresas”.