Jornalismo econômico para a inovação no Nordeste -
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11 de fevereiro de 2025 20:03

Exclusivo: IBID 2024 revela Nordeste como mosaico de inovação e de desafios

Exclusivo: IBID 2024 revela Nordeste como mosaico de inovação e de desafios

Rio Grande do Norte surpreende em economia, mas região ainda enfrenta obstáculos em capital humano e negócios

O cenário de inovação e desenvolvimento no Nordeste brasileiro é tão diverso quanto desafiador. É o que revela a primeira edição do Índice Brasil de Inovação e Desenvolvimento (IBID), divulgado na última semana pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). 

O estudo, que mapeia o ecossistema de inovação nas 27 unidades federativas, expõe um Nordeste de contrastes, onde avanços importantes em determinadas áreas coexistem com gargalos persistentes em outras.

No panorama geral, o Rio Grande do Norte aparece como o melhor colocado da região, ocupando a 11ª posição nacional com um índice de 0,216. Este desempenho, ainda que distante do líder São Paulo (0,891), coloca o estado à frente de importantes centros econômicos como Goiás e Mato Grosso do Sul. Pernambuco e Ceará seguem de perto, nas 13ª e 14ª posições. No entanto, a presença do Maranhão na 26ª posição evidencia as disparidades intrarregionais que ainda persistem.

Ranking Geral do IBID 2024

Pos. UF IBID
1 SP 0,891
2 SC 0,415
3 PR 0,406
4 RJ 0,402
5 RS 0,401
6 MG 0,378
7 DF 0,304
8 ES 0,268
9 GO 0,252
10 MS 0,228
11 RN 0,216
12 MT 0,205
13 PE 0,195
14 CE 0,188
15 BA 0,179
16 SE 0,178
17 PB 0,167
18 PI 0,160
19 TO 0,154
20 AM 0,153
21 AL 0,143
22 RO 0,143
23 RR 0,135
24 PA 0,133
25 AP 0,132
26 MA 0,125
27 AC 0,111

Fonte: INPI, Assessoria de Assuntos Econômicos

Rio Grande do Norte avança no pilar ‘Economia’, ocupando a 2ª posição nacional

O desempenho do Rio Grande do Norte ganha contornos ainda mais impressionantes quando analisamos o pilar “Economia”. Neste quesito, o estado potiguar alcança a surpreendente 2ª posição nacional, superado apenas por São Paulo. Este resultado sugere um ambiente econômico excepcionalmente propício à inovação, possivelmente impulsionado por políticas estaduais assertivas e setores econômicos dinâmicos.

A Bahia também se destaca neste pilar, ocupando a 9ª posição, seguida de perto pelo Piauí (11º) e Ceará (12º). Este desempenho coletivo indica que, apesar dos desafios, o Nordeste está conseguindo criar ambientes econômicos que favorecem a inovação em diversos estados.

Confira posições dos estados no ranking do pilar ‘Economia’

Pos. UF Índice Economia
1 SP 0,811
2 RN 0,456
3 RS 0,418
4 PR 0,379
5 SC 0,305
6 RJ 0,302
7 MG 0,252
8 ES 0,150
9 BA 0,330
10 DF 0,387
11 PI 0,300
12 CE 0,297
13 TO 0,283
14 GO 0,134
15 SE 0,266
16 AC 0,148
17 PB 0,248
18 RR 0,247
19 MA 0,228
20 AL 0,200
21 PA 0,200
22 AM 0,192
23 PE 0,193
24 RO 0,252
25 MT 0,090
26 MS 0,136
27 AP 0,088

Fonte: INPI, Assessoria de Assuntos Econômicos

Quatro estados do Nordeste destacam-se em ‘Sustentabilidade’

O pilar ‘Infraestrutura’ avalia a qualidade dos recursos e serviços que sustentam a inovação, incluindo tecnologias da informação e comunicação (TICs), infraestrutura geral e sustentabilidade. Com 12 indicadores, este pilar leva em conta o acesso a serviços essenciais e a capacidade de geração de energia renovável. 

No que diz respeito à ‘Sustentabilidade’, quatro estados do Nordeste se destacam: Rio Grande do Norte (11º), Bahia (13º), Piauí (17º) e Ceará (24º). O Rio Grande do Norte, a Bahia e o Piauí, nesta ordem, estão atrás apenas de São Paulo nesta dimensão específica.

Veja o ranking dos estados nordestinos no pilar ‘Infraestrutura’ e nas dimensões associadas

Posição geral UF IBID – Infraestrutura TICs Infraestrutura geral Sustentabilidade
11 RN 0,457 16 19 2
13 BA 0,416 21 14 3
15 PE 0,387 17 17 11
16 SE 0,372 18 16 17
17 PI 0,371 19 23 4
18 AL 0,362 24 12 16
21 PB 0,338 25 18 9
24 CE 0,312 26 22 6
26 MA 0,218 27 25 19

Fonte: INPI, Assessoria de Assuntos Econômicos

O Rio Grande do Norte se destaca em ‘Negócios’, ocupando a 8° posição, enquanto Bahia, Alagoas e Maranhão encontram-se nas últimas posições

A disparidade no ambiente de negócios entre os estados nordestinos levanta questões importantes sobre as políticas estaduais de fomento ao empreendedorismo e à inovação.

Estados que conseguem criar um ambiente mais propício aos negócios, como o Rio Grande do Norte e a Paraíba (10ª posição), parecem estar colhendo os frutos em termos de inovação e desenvolvimento. Por outro lado, os estados nas últimas posições podem estar enfrentando barreiras regulatórias, fiscais ou de infraestrutura que dificultam o florescimento de um ecossistema de negócios inovadores.

Veja o desempenho de todos os estados nordestinos em ‘Negócios’ no ranking a seguir:

Posição Geral UF IBID – Negócios Força de Trabalho Qualificada Apoio à Inovação Absorção de Conhecimento
8 RN 0,166 6 16 20
10 PB 0,148 9 12 22
14 PE 0,112 17 8 12
15 SE 0,095 14 15 24
19 PI 0,089 18 10 18
20 CE 0,080 22 13 15
24 BA 0,054 26 9 13
27 MA 0,014 27 22 16

Fonte: INPI, Assessoria de Assuntos Econômicos

Entre os estados nordestinos, Ceará e Rio Grande do Norte lideram em ‘Conhecimento e Tecnologia’

Esse pilar avalia as variáveis relacionadas à criação, impacto e difusão de conhecimento e inovações. Ele abrange indicadores como patentes, transferência de tecnologia, startups e produção científica. Dividido em três dimensões – ‘Criação de conhecimento’, ‘Impacto do conhecimento’ e ‘Difusão do conhecimento’ – este subíndice do IBID utiliza um total de 14 indicadores específicos.

O Ceará (8º) é o estado nordestino melhor posicionado, destacando-se em difusão de conhecimento, seguido pelo Rio Grande do Norte (9º), que também apresenta bom desempenho, especialmente criação de conhecimento. A Bahia (24º) ocupa a pior colocação.

Confira a tabela abaixo, que fornece uma visão clara do desempenho dos estados nordestinos em cada dimensão do pilar Conhecimento e Tecnologia

Posição Geral Estado Pontuação Criação de Conhecimento Impacto do Conhecimento Difusão do Conhecimento
8 CE 0,116 14 10 7
9 RN 0,116 9 13 10
13 PE 0,094 10 9 22
14 AL 0,093 22 14 8
18 MA 0,069 19 19 18
21 PI 0,062 21 20 21
23 PB 0,058 8 11 25
24 BA 0,055 16 8 24

Fonte: INPI, Assessoria de Assuntos Econômicos

Pernambuco no Top 10 em ‘Economia Criativa’

O pilar avalia a função da criatividade para a inovação, sinalizando a capacidade de criação de negócios disruptivos. Abrange indicadores de marcas e demais ativos de propriedade industrial relacionados à agregação de valor e criatividade de uma economia, bem como o ambiente digital que a impulsiona. 

Pernambuco (9º) é o estado nordestino melhor posicionado no ranking do pilar ‘Economia Criativa’, destacando-se especialmente em ‘Bens e serviços criativos’. Entre os estados do Nordeste, Alagoas (23°) apresenta a pior posição.

Confira a tabela abaixo acerca do desempenho dos estados nordestinos em cada dimensão do pilar ‘Economia Criativa’

Posição Geral UF Pontuação Ativos Intangíveis Bens e Serviços Criativos Criatividade Online
9 PE 0,165 13 9 10
11 SE 0,136 23 10 12
12 BA 0,128 12 13 15
14 CE 0,123 10 14 13
15 PB 0,106 15 18 9
17 RN 0,106 17 16 11
19 MA 0,061 24 20 21
20 PI 0,061 25 21 19
23 AL 0,050 21 23 20

Fonte: INPI, Assessoria de Assuntos Econômicos

Alagoas e Maranhão apresentam os piores desempenhos do Brasil no Pilar ‘Capital Humano’ do IBID 2024

O pilar ‘Capital Humano’ do IBID avalia a capacidade de inovação com base em fatores como acesso à educação e atividades de pesquisa e desenvolvimento (P&D). Esse pilar é subdividido em três dimensões: ‘Educação básica’, ‘Ensino superior’ e ‘P&D’.

No ranking de 2024, os estados nordestinos enfrentam desafios significativos, refletindo problemas na qualidade e acessibilidade da educação e na capacidade de pesquisa. Alagoas está na 27ª posição, a última do ranking, logo atrás do Maranhão, que ocupa o 26º lugar. O Ceará se destaca como o estado nordestino com melhor desempenho nesse pilar, alcançando a 13ª posição.

Ranking mostra desempenho dos estados estados nordestinos no pilar ‘Capital Humano’

 

Posição geral UF IBID – Capital Humano Educação básica Ensino superior P&D
13 CE 0,211 14 19 12
16 PE 0,194 17 18 9
18 PB 0,139 22 24 11
19 SE 0,135 19 21 20
20 RN 0,128 24 20 10
22 PI 0,115 21 17 22
23 BA 0,114 26 25 8
26 MA 0,087 23 27 19
27 AL 0,063 25 26 24

Fonte: INPI, Assessoria de Assuntos Econômicos

Nordeste enfrenta desafios institucionais

O pilar ‘Instituições’ do IBID avalia o ambiente institucional, regulatório e de negócios em cada estado. Dividido em três dimensões — ‘Ambiente institucional’, ‘Ambiente regulatório’ e ‘Ambiente de negócios’ — esse pilar analisa a qualidade da gestão fiscal, a eficiência do Judiciário e a taxa de informalidade, entre outros fatores. 

No ranking de 2024, os estados nordestinos enfrentam desafios significativos nesse pilar, com a maioria ocupando posições baixas. O estado do Piauí se destaca como o melhor posicionado, ocupando o 14º lugar. Em contraste, estados como Maranhão e Sergipe estão nas posições mais baixas, em 23° e 26° lugar, respectivamente.

Confira o ranking dos estados nordestinos no pilar ‘Instituições’ e por dimensão associada

Posição geral UF IBID – Instituições Ambiente institucional Ambiente regulatório Ambiente de negócios
14 PI 0,418 14 13 27
15 AL 0,418 17 10 25
16 BA 0,418 25 9 17
17 PE 0,411 18 12 20
19 RN 0,395 20 14 24
21 PB 0,386 19 16 23
22 CE 0,382 23 21 18
23 MA 0,375 26 17 19
26 SE 0,318 22 24 26

Fonte: INPI, Assessoria de Assuntos Econômicos

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