Jornalismo econômico para a inovação no Nordeste -
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19 de março de 2025 14:36

Falta de qualificação profissional ameaça manutenção de emprego formal em Pernambuco

Falta de qualificação profissional ameaça manutenção de emprego formal em Pernambuco

Estudo apontou que a área de logística e transporte vai gerar mais empregos até 2027. Mas, a preocupação maior se concentra no setor da construção civil.
Pernambuco precisará capacitar 50,6 mil trabalhadores na área da construção civil até 2027

Após passar por uma fase de incertezas, principalmente após a pandemia da Covid-19, o mercado de trabalho formal tem conseguido se recuperar em todo o Brasil. Neste cenário, Pernambuco, que em setembro conquistou o topo da geração de empregos formais no Nordeste pelo segundo mês seguido, com um saldo positivo de 17.851 novos postos de trabalho, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), lidera a geração de empregos no Nordeste. Esses dados são uma prova dessa recuperação.

Mas nem tudo são flores, há um grande caminho a ser trilhado se o estado quiser manter-se na liderança da geração de empregos na região. Ele passa, sobretudo, pela qualificação de novos profissionais e a atualização dos que já estão no mercado de trabalho. Foi o que mostrou o Mapa do Trabalho Industrial.

O levantamento, produzido pelo Observatório Nacional da Indústria (ONI) da Confederação Nacional da Indústria (CNI) trouxe um alerta para os próximos três anos em Pernambuco, que tem a missão de qualificar 393,4 mil profissionais de vários setores econômicos até 2027. Desse total, 64,4 mil novos profissionais precisam de formação, enquanto a maioria, 329,1 mil, é de profissionais que já estão no mercado de trabalho e precisam se requalificar.

Em Pernambuco, as áreas de formação que mais gerarão empregos até 2027 serão: Logística & Transporte (com 106,7 mil trabalhadores); seguida por Construção (77,5 mil); Operação Industrial (47,8 mil); Metalmecânica (39 mil) e Manutenção & Reparação (35,8 mil).

Analisando as áreas com o maior número de trabalhadores formais, o maior crescimento entre 2024 e 2027 é observado em Manutenção & Reparação (com um aumento de 9,2%) e Tecnologia da Informação (com uma expansão de 6,7%). Ao analisar a distribuição por área, observa-se que Logística & Transporte, Construção, Operação Industrial, Metalmecânica, Manutenção & Reparação devem concentrar 58% da demanda futura por formação profissional entre 2025 e 2027.

Construção civil irá demandar maior necessidade de qualificação

Embora o levantamento aponte a área de logística & transporte como a que mais irá gerar empregos até 2027, a preocupação maior, em Pernambuco, se concentra no setor da construção. É que de acordo com Mapa do Trabalho Industrial, das 77,5 mil novas vagas criadas nos próximos anos, o estado precisará capacitar 50,6 mil trabalhadores para agir como profissionais na operação de máquinas de terraplanagem, ajudante de obras civis, trabalhadores de estruturas de alvenaria, fundações, entre outros.

Do total, 13,1 mil com uma nova formação para atender o ritmo de criação de empregos e a reposição de trabalhadores que deixarão o mercado de trabalho formal nos próximos anos, e 37, 5 mil que já trabalham na área, mas necessitam de treinamento e qualificação.

“Isso implica dizer que em Pernambuco, a Construção será a área que mais demandará capacitações por formação industrial, representando 16% da demanda total até 2027”, comenta a gerente de pesquisa e prospectiva do Senai-PE, Ana Paula Vasconcelos.

O presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Pernambuco (Sinduscon-PE), Antônio Cláudio Couto, reconhece que o setor da construção civil pernambucana precisa, de fato, de mão de obra especializada. Para tanto, segundo ele, várias ações estão sendo tomadas para que esse quadro seja modificado em tempo hábil.

“Nós temos o Sistema S que tem toda a condição de treinar e qualificar esse trabalhador da construção civil. Estamos, inclusive, junto com a nossa Federação das Indústrias de Pernambuco (Fiepe), debatendo formas de criar uma política mais assertiva de qualificação voltada especificamente para a construção”, adianta o presidente do Sinduscon-PE.

Presidente do Sinduscon-PE, Antônio Cláudio Couto. Crédito: divulgação

Por isso, segundo Antônio Cláudio Couto, é preciso criar uma campanha que consiga congregar além da Fiepe e Sistema S, os sindicatos laborais e patronais com a finalidade de divulgar e engajar os profissionais que trabalhem na área da necessidade de treinamento e qualificação para atender a demanda crescente no setor.

“Precisamos que os trabalhadores que atuam na área tenham a consciência de que eles precisam de qualificação. Portanto, precisamos criar uma estratégia eficaz para engajar a participação desses trabalhadores a fim de ampliar a profissionalização especializada que o setor tanto precisa”, complementa.

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