O Governo da Bahia, por meio da BahiaInveste, apresentou no fim de novembro o projeto de operação do Terminal Portuário Privativo Miguel de Oliveira, o antigo porto da Ford, com o objetivo de preparar o lançamento do edital para sua concessão. A proposta de concessão, com duração prevista de 25 ou 30 anos, permitirá apenas a operação e o uso do terminal, enquanto a propriedade continuará sendo mantida pelo estado. Segundo o diretor-presidente da BahiaInveste, Paulo Guimarães, a medida vai garantir o acesso ao terminal de forma equitativa e evitar tarifas abusivas.
Originalmente construído para atender à produção da Ford, que encerrou suas atividades no Brasil em 2021, o porto está localizado em Candeias, na Região Metropolitana de Salvador. Mesmo subutilizado atualmente, o terminal apresenta potencial estratégico para atender à crescente demanda logística na Bahia e consolidar a infraestrutura necessária para impulsionar setores econômicos emergentes.
Um ativo estratégico para a Bahia
De acordo com Paulo Guimarães, o porto será essencial para a consolidação do setor automotivo. “Com a implantação da BYD, e dos setores eólico e solar fotovoltaico, serão permitidas a exportação e importação de equipamentos que já estão implantadas ou de empresas que estejam construindo parques eólicos e solares na Bahia. O que tornará o processo mais rápido e econômico”, garante.
Esses segmentos têm demonstrado potencial de crescimento na Bahia, com destaque para a produção de energia renovável e combustíveis de baixo carbono, como a amônia verde e fertilizantes. O terminal, que conta com uma localização estratégica e infraestrutura, permitirá o escoamento eficiente de insumos e produtos, facilitando a comercialização tanto dentro do estado, quanto fora do país.
Atração de investidores estratégicos
Entre os interessados na concessão estão o grupo chinês Yantian Port, administrado pelo governo de Shenzhen, e a BYD, que opera na antiga planta industrial da Ford. Esses potenciais operadores vislumbram o terminal como um canal privilegiado para acessar mercados globais e integrar suas operações no Brasil a cadeias de valor internacionais.
A localização do terminal na Baía de Todos os Santos é outro fator determinante para sua atratividade. Com acesso às principais rodovias do estado, como a BR-324, BR-101 e BR-242, e à Ferrovia Centro Atlântica — cuja revitalização está nos planos do governo —, o terminal se conecta a pólos industriais e mercados consumidores, aumentando sua competitividade.
Monitoramento para tarifas competitivas
A BahiaInveste também terá papel ativo no acompanhamento das operações, visando manter a competitividade das tarifas cobradas pelos operadores do terminal. A supervisão buscará garantir que o terminal continue acessível para as empresas locais e que funcione como um catalisador para o desenvolvimento econômico da região.
Além disso, a manutenção da propriedade estatal do terminal reflete uma estratégia para evitar práticas monopolistas e assegurar que o ativo continue a servir como um bem público, promovendo o crescimento sustentável do estado.
Impacto regional e geração de empregos
Espera-se que a concessão do terminal gere um impacto significativo na economia local, com a criação de novos empregos diretos e indiretos, principalmente em Candeias e Salvador. A dinamização do Porto de Aratu poderá beneficiar uma ampla gama de empresas, desde grandes indústrias até pequenos negócios envolvidos na cadeia logística.
O governo também vislumbra o potencial do porto em apoiar projetos de inovação tecnológica e transição energética, alinhando-se às tendências globais de sustentabilidade e economia verde.
Próximos passos
A expectativa é que a apresentação do projeto a investidores e o posterior lançamento do edital de concessão marquem o início de um novo ciclo de desenvolvimento para a região. “O Porto da Bahiainveste é uma importante infraestrutura para tornar mais competitivo os setores industrial e logístico. Assim, é um elemento fundamental para as empresas já implantadas em nosso estado, bem como para a atração de novas indústrias que possam ser atraídas para a Bahia”, concluiu Paulo Guimarães.
Com essas iniciativas, a Bahia reforça seu compromisso com o crescimento econômico sustentável, ao mesmo tempo que preserva ativos estratégicos para o benefício das futuras gerações. Esse projeto, além de modernizar a infraestrutura portuária, pode colocar o estado como referência logística no cenário nacional e internacional.