A Coca-Cola Brasil anunciou investimentos de R$ 9 milhões no programa corporativo Água+Acesso, voltado à oferta de água potável em municípios das regiões Norte e Nordeste do Brasil.
As organizações envolvidas na aplicação de tecnologias sociais investidas pela empresa são Solar Coca-Cola, Cáritas NE2, Fundação Amazônia Sustentável (FAS) e SDW for All. No Nordeste, especificamente, são R$ 3,2 milhões aplicados em 60 localidades – especialmente escolas ainda desabastecidas de sistemas de armazenagem e filtragem de água própria para o consumo de estudantes e profissionais da educação. Muitas são dependentes de caminhões-pipa.
Apesar da exigência estabelecida pela Lei Federal 14.026/2020, conhecida como Novo Marco Legal do Saneamento, o Norte e o Nordeste estão muito distantes da meta de universalização do abastecimento de água tratada. Até 2022, 35% das residências sem acesso à água para consumo estavam no Nordeste – ou seja 3,117 milhões de moradias, segundo o Instituto Trata Brasil.
Especificamente no Nordeste, os estados mais afetados por essa realidade são Bahia, Pernambuco e Maranhão. Esforços corporativos, como a da Coca-Cola, são bem-vindos, especialmente quando se considera o lento avanço da implantação das redes de tratamento de água pelos serviços públicos ou concessionados. A AmBev, por exemplo, já aplicou o montante aproximado de R$ 10 milhões em 130 projetos financiados pelo produto social AMA. A meta de chegar a 1 milhão de pessoas beneficiadas até 2025 já foi conquistada este ano.
Quando se trata de uma oferta de água em volume suficiente, o Trata Brasil contabiliza 7,7 milhões de residências no Nordeste sofrendo com interrupções frequentes no abastecimento – o que representa 45,8% de todas as moradias que sofrem com esse problema em todo o País.
Recentemente, o governo federal também anunciou aportes de recursos em toda a região do semiárido brasileiro (incluindo, além dos estados do Nordeste, também a região Norte de Minas Gerais), com o objetivo de dessalinizar a água encontrada especialmente em açudes. Assim, a estratégia é a de buscar ampliar a oferta de água potável ou própria para o cozimento de alimentos sem esperar tempo demais até que as obras de extensão do saneamento básico e público fiquem prontas.
