Em apenas dois anos de atuação, o Observatório da Indústria já se estabeleceu como um pilar estratégico para o desenvolvimento econômico de Alagoas. Vinculado às quatro entidades do Sistema Indústria do Estado de Alagoas — Sesi, Senai, Fiea e IEL —, o Observatório tem como missão potencializar a competitividade das indústrias locais por meio da análise de dados e inteligência analítica.
Por meio da análise de uma grande quantidade de dados, o Observatório produz uma série de insights e estratégias para fomentar o crescimento da indústria local. Centralizando e analisando mais de 300 bases de dados, o Observatório da Indústria se posiciona como um hub essencial para a tomada de decisão dentro do setor, contribuindo para ações inovadoras e assertivas, além de influenciar a formulação de políticas públicas importantes para o estado de Alagoas.
O ano de 2024 marcou a consolidação desse trabalho. Com mais de 100 projetos desenvolvidos, a maioria focada em painéis de Business Intelligence (BI), o Observatório não apenas fortaleceu seu posicionamento na indústria local, mas também ampliou sua atuação junto a atores externos, como prefeituras, o governo estadual e a Rede de Observatórios da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
“Estamos comprometidos em fornecer suporte estratégico para as indústrias alagoanas e entidades governamentais, contribuindo diretamente para a tomada de decisões baseadas em dados”, afirma o gerente executivo do Observatório, Rafael Fragoso. Entre os destaques, estão projetos que vão além das fronteiras do Sistema Fiea, abrangendo desde demandas municipais até iniciativas nacionais.
Novos desafios
Para 2025, o Observatório mira novos desafios, reforçando o compromisso com a inovação e o crescimento sustentável. A meta é aprofundar a colaboração com a indústria local, expandir o impacto dos projetos desenvolvidos, fomentar a inovação e contribuir decisivamente para o crescimento sustentável de Alagoas.
“O fortalecimento de parcerias com instituições de pesquisa e outros observatórios será intensificado através do compartilhamento de metodologias de pesquisa”, diz Fragoso. “Além disso, planejamos desenvolver estudos setoriais trimestrais, com foco nas principais indústrias de Alagoas, como os setores químico, sucroalcooleiro e de alimentos e bebidas, oferecendo análises aprofundadas sobre competitividade, mercado e tendências tecnológicas”, conclui.
Para isso, o órgão pretende concentrar seus esforços no aprimoramento da infraestrutura de dados, sofisticando assim a coleta e a análise de indicadores econômicos, como índices de produtividade e tendências de mercado. Através de uma série de estudos setoriais, o Observatório da Indústria pretende mapear indicadores estratégicos que apontam as principais tecnologias inovadoras em diferentes setores industriais do estado.
“Também iniciaremos uma análise aprofundada dos perfis profissionais do futuro, destacando as competências e habilidades que serão essenciais para a força de trabalho industrial nos próximos 5 a 10 anos”, explica Rafael Fragoso. “Complementando essas iniciativas, desenvolveremos um painel de tendências e cenários prospectivos, oferecendo aos empresários uma visão estratégica de longo prazo sobre possíveis mudanças no mercado”, completa.
Parte desse conteúdo já estará disponível para leitura ainda em 2025, através de uma plataforma interativa no site do Observatório da Indústria de Alagoas, que se encontra em desenvolvimento e deve ir ao ar ainda neste ano. A partir dessa plataforma, os empresários poderão criar análises personalizadas para seus negócios a partir de uma infinidade de dados fornecidos pelo Observatório.
A perspectiva para a indústria em 2025 aponta para inflação e taxas de juros em alta, o que pode impactar o poder de compra da população e apresentar desafios para o desenvolvimento econômico nesse período. Em Alagoas, a previsão é que esse cenário apresente empecilhos para o crescimento nas vagas de emprego, freando tendência recente.
“Apesar dos desafios macroeconômicos projetados para 2025, Alagoas demonstra resiliência, com potencial para um crescimento moderado no emprego, evidenciando a necessidade de estratégias adaptativas e inovadoras para sustentar o desenvolvimento econômico do estado”, afirma o gerente executivo do Observatório.
Dentro desse contexto, uma das principais potencialidades da indústria alagoana está concentrada em estratégias inovadoras dentro do desenvolvimento sustentável. “Alagoas tem um grande potencial na transição energética e na descarbonização, com iniciativas expressivas nesse setor”, afirma Rafael Fragoso. “Um exemplo é o Complexo de Biorrefinarias Integradas de Biocombustíveis Sustentáveis Avançados, fruto da parceria entre GranBio, Usina Caeté, Usina Santo Antônio e Impacto Bioenergia, com um investimento de R$ 1,5 bilhão nos próximos quatro anos”, cita o gerente.