As 11 estações que compõem a malha portuária nordestina estão, ano a ano, ganhando protagonismo na macroeconomia do País, e já figuram como prioridade de investimentos públicos e privados. Só em 2024, houve um incremento de mais de 10% na movimentação de cargas de todos os portos da Região. Os principais produtos responsáveis por esse incremento foram o ferro, com um crescimento de 6,16%, e o petróleo e seus derivados, que aumentaram 2,38%
O Porto de Suape, em Pernambuco, alcançou seu segundo melhor desempenho histórico, movimentando 24,8 milhões de toneladas em 2024, o que representa um crescimento de 3,6% em relação ao ano anterior
No Ceará, o Porto do Pecém também apresentou resultados expressivos, com um aumento de 13% na movimentação de cargas, atingindo 19,6 milhões de toneladas em 2024. Além disso, o porto registrou um recorde na movimentação de contêineres, com um crescimento de 15% em comparação a 2023
O Porto do Itaqui, no Maranhão, manteve-se como o maior porto do Norte e Nordeste, movimentando 34 milhões de toneladas em 2024. Embora tenha havido uma redução no volume total em relação a 2023, o porto alcançou um recorde na movimentação de soja, com 13,74 milhões de toneladas
O administrador do Porto de Maceió, Diogo Holanda Pinheiro, afirma que o diálogo macroeconômico, envolvendo governo federal, estadual, prefeituras e empresas é crucial para que esse crescimento no escoamento se mantenha.
“Toda a venda é casada. Ninguém traz carga sem estar com toda a venda feita. Então, o nosso desafio é que a economia seja dinâmica, atacando nos vários setores, não só cargas, mas passageiros também, e também, aliado a isso, modernizando as estações portuárias”, disse Pinheiro.
No Porto de Maceió, é a exportação de açúcar a mais importante, junto com a importação de sal, em razão da crise de exploração da Braskem em Maceió, e ainda importação de minérios de ferro.
Investimento e crescimento
Segundo o Ministério dos Portos e Aeroportos (MPor), há um potencial de expansão no Porto de Suape, um dos mais relevantes da região, que tem recebido investimento privado da ordem de quase R$ 2 bilhões. Já o porto de Pecém, no Ceará, é destaque nos investimentos de hidrogênio verde, da ordem de R$ 8 bilhões.
Do Novo PAC, os destaques em investimento são a dragagem de aprofundamento no Porto de Ilhéus (R$ 81 milhões), dragagem do Porto de Suape (R$ 226 milhões) e a recuperação do Molhe 4 do Porto de Suape (R$ 140 milhões)
Ao todo, toda a malha contará com investimentos próximos a R$ 4 bilhões até 2026, com novos terminais e ampliações previstas em diversos estados da região.
“As concessões e arrendamentos planejados visam impulsionar a movimentação de contêineres, granéis sólidos e líquidos, além de infraestrutura para passageiros”, afirmou em nota a Agência Nacional de Transportes Aquaviários,
Os aportes previstos para a região integram a maior carteira de investimentos portuários da história do país, com um total de R$ 20 bilhões até 2026. De 13 projetos previstos em sete portos nordestinos, a soma chega a R$ 3,929 bilhões.
Neste ano, os principais investimentos no Nordeste incluem ainda R$ 360,7 milhões na construção de um terminal de contêineres no Porto de Fortaleza (CE), com capacidade para 360 mil TEUs por ano.
O Porto de Natal (RN) terá um terminal de granel sólido e o Porto de Maceió (AL) um novo terminal de passageiros, enquanto o Porto de Recife (PE) receberá R$ 4,56 milhões para um terminal de granel sólido vegetal e R$ 1,98 milhão para infraestrutura de passageiros.
A malha portuária nordestina
- Itaqui (MA)
- Mucuripe (CE)
- Natal (RN)
- Areia Branca (RN)
- Maceió (AL)
- Cabedelo (PB)
- Recife (PE)
- Suape (PE)
- Salvador (BA)
- Aratu (BA)
- Ilhéus (BA)
Os portos nordestinos são essenciais para o escoamento de produtos como grãos (soja e milho), minérios, frutas tropicais, petróleo e derivados, que representam uma parte significativa das exportações brasileiras.
A posição estratégica é outro ponto destacado, com a melhor proximidade da Europa e América do Norte, reduzindo os custos e o tempo de transporte, além da boa presença de refinarias na região e a produção offshore no litoral nordestino fazem com que os portos sejam essenciais para a logística do setor energético.