A Cooperativa dos Fornecedores de Cana de Pernambuco (Coaf) Timbaúba encerrou a safra 2024/2025 com um crescimento de 10% na moagem de cana-de-açúcar em relação ao ciclo anterior. No total, foram processadas 880 mil toneladas da planta até o fim de janeiro. Apesar do avanço, a produção ficou abaixo da previsão inicial de 950 mil toneladas, impactada pela estiagem que afetou a região da Mata Norte de Pernambuco desde setembro do ano passado.
Mesmo com os desafios climáticos, a Coaf-Timbaúba alcançou uma produção expressiva: 1,2 milhão de sacos de açúcar de 50 kg, 16,1 milhões de litros de etanol e 26 milhões de litros de aguardente. As operações da usina tiveram início em agosto de 2023, empregando 4,5 mil profissionais entre campo e indústria.
Eficiência na moagem e impactos climáticos
Além do aumento na safra, a cooperativa também registrou maior eficiência produtiva. A usina processou 12,05% mais cana por período, otimizando o tempo de moagem. No entanto, a seca prolongada prejudicou o desenvolvimento dos canaviais e resultou na perda da socaria – parte da planta que brota após o corte. A morte da socaria eleva os custos de produção, pois obriga os fornecedores a realizarem o replantio, reduzindo a longevidade dos canaviais, que normalmente produzem por até seis safras.
No fim do ciclo, a chegada das chuvas ajudou a manter o rendimento da usina, evitando a redução no teor de açúcar da cana, fator que impactaria diretamente na produção e na rentabilidade.
Infraestrutura hídrica para a Zona da Mata
Diante dos desafios climáticos recorrentes, o presidente da Associação dos Fornecedores de Cana-de-Açúcar de Pernambuco, Alexandre Andrade Lima, reforçou a necessidade de investimentos em infraestrutura hídrica. Ele pediu ao Governo do Estado a implantação de pequenas e microbarragens na Zona da Mata, para armazenar água da chuva e minimizar os impactos da seca, evitando o desperdício desse recurso que, atualmente, escoa pelos rios até o mar.