Na noite de 16 de janeiro de 2023, o auditório do Centro Cultural Banco do Brasil, em Brasília, foi palco de um momento histórico. Tarciana Medeiros, então com 44 anos, assumiu a presidência do banco — algo inédito nos mais de dois séculos da instituição. Nordestina, paraibana, líder e mãe, ela se tornou a primeira mulher a ocupar o cargo. “Ser a primeira mulher a presidir o Banco do Brasil em 215 anos é uma honra enorme. No início, eu não tinha dimensão do que isso representava, mas logo percebi. Agora, carrego a missão de mostrar para outras mulheres e meninas que elas podem chegar onde quiserem”, declarou em entrevista ao Jornal da Paraíba. Natural de Campina Grande, Tarciana é formada em Administração de Empresas e ingressou no BB há 22 anos. Antes de conquistar uma vaga no banco, trabalhou como feirante e professora. Ao longo da carreira, atuou em diversas áreas e unidades da instituição, sempre se destacando pela visão estratégica e capacidade de inovação. Além disso, consolidou sua marca ao defender políticas de inclusão e diversidade.
A presença feminina no Banco do Brasil
A participação das mulheres no Banco do Brasil foi conquistada aos poucos. A primeira mulher a ingressar na instituição, Emma Medeiros, assumiu um cargo apenas em 1924, mas por décadas foi uma exceção. Somente em 1969 um concurso voltou a permitir a participação feminina e, mesmo assim, levou mais de um século para que uma delas alcançasse um cargo de gerência executiva. Apesar de representarem quase metade do quadro de funcionários, as mulheres demoraram mais de 200 anos para chegar à presidência do BB. A posse de Tarciana simboliza uma mudança significativa dentro da instituição.
Além desse feito histórico, Tarciana pretende consolidar a diversidade e a inclusão como pilares centrais de sua gestão no Banco do Brasil. Essa visão já começa a se concretizar. Em 2023, o BB firmou o compromisso de ampliar a presença feminina em cargos de liderança para 30% até o fim de 2025. Para isso, aposta em programas como o Liderança Feminina, lançado em 2018, e em parcerias com iniciativas que promovem a equidade de gênero no Brasil e no exterior.
Além da questão de gênero, sua gestão tem outros desafios prioritários. Entre eles, fortalecer a educação financeira, estimular o empreendedorismo feminino e consolidar o papel do BB no desenvolvimento socioeconômico do país. Tarciana também defende um modelo econômico mais sustentável, investindo em projetos que unam crescimento e responsabilidade ambiental. Para isso, pretende acelerar a digitalização do banco, apostando na tecnologia como aliada da qualificação profissional e da eficiência institucional.