O Terminal de Grãos do Maranhão (TEGRAM) anunciou um investimento de R$1,5 bilhão na terceira fase de sua expansão. O projeto inclui a construção de 16 novos silos, oito tombadores de caminhões, um novo berço de atracação e uma terceira linha de embarque com capacidade para 3.000 toneladas por hora.
A iniciativa vai aumentar a capacidade de movimentação do terminal em 8,5 milhões de toneladas anuais, atendendo à crescente demanda por infraestrutura logística no agronegócio brasileiro. Recentemente, o terminal realizou o primeiro embarque de sorgo com destino à Europa.
Impacto no setor
Em 2023, o TEGRAM movimentou mais de 15 milhões de toneladas de grãos, consolidando-se como um dos principais corredores de exportação do Brasil. Com a expansão, o terminal fortalecerá sua competitividade, especialmente no escoamento da produção agrícola do Maranhão, Piauí, Tocantins (MAPITO) e do nordeste do Mato Grosso, regiões que têm se destacado no agronegócio nacional.
Segundo o gerente executivo do TEGRAM, Fabrício Salviato, o projeto já avança para as aprovações finais. “Essa nova fase ampliará nossa capacidade estática e operacional. Além dos silos e tombadores, teremos um novo berço de atracação e mais eficiência na expedição com a terceira linha de embarque”, destaca, lembrando que o plano de expansão também responde à diversificação das operações do TEGRAM.
Diversificação e avanços logísticos
O TEGRAM, além de operar com produtos tradicionais como soja, milho e farelo de soja, passou a incluir o sorgo em suas operações. Para Fabrício Salviato, a flexibilidade da infraestrutura foi determinante para atender a essa nova demanda.
“Nossos ativos permitem operar com uma grande diversidade de graneis vegetais, como soja, milho, farelo, sorgo, malte, entre outros. Novas cargas exigem apenas pequenas adaptações, como ajustes nos sistemas de controle de fluxo, contemplados no projeto. Cada material tem produtividade variável, dependendo de fatores como densidade e fluidez, mas essas adaptações são rápidas. O embarque inaugural de sorgo no Porto do Itaqui demonstrou a robustez de nossas instalações e processos para inovar em outras cargas”, explica Salviato.
Desafios e oportunidades no setor logístico
Apesar dos avanços no setor, o gerente executivo ressalta os desafios que ainda impactam a cadeia produtiva. “Os preços das commodities, definidos pelo mercado global, e eventos climáticos como o El Niño, que prejudicou significativamente a safra na região do MAPITO este ano, são fatores a considerar. Porém, o déficit de armazenagem nas regiões produtoras é um dos maiores entraves. Essa limitação concentra a demanda em um período curto do ano, gerando custos elevados de frete e riscos para a safra. Há, portanto, uma grande oportunidade em otimizar a capacidade instalada de escoamento, permitindo ao produtor negociar melhores preços”, considera.
Infraestrutura de transporte é fator decisivo para a competitividade
Salviato aponta os desafios logísticos enfrentados pelos produtores. “Nossos produtores têm trabalhado ativamente para minimizar perdas, especialmente nas áreas onde têm maior controle. Contudo, as estradas precárias e a malha ferroviária insuficiente ainda geram custos elevados”, afirma.
Porém, o TEGRAM se destaca pela sua eficiência logística. “Com berços de atracação entre os mais produtivos do Brasil, conseguimos garantir agilidade no atendimento a caminhões e trens, o que otimiza todo o processo de embarque”, complementa o gerente executivo do Terminal de Grãos do Maranhão.