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12 de fevereiro de 2025 00:02

Universidades impulsionam inovação e crescimento econômico no Nordeste

Universidades impulsionam inovação e crescimento econômico no Nordeste

Expansão de Institutos Federais e parcerias estratégicas fortalecem a economia do conhecimento na região
Instituto Federal do Ceará (IFCE) | Divulgação

As universidades, Institutos Federais e centros de pesquisa do Nordeste têm desempenhado um papel fundamental para o desenvolvimento econômico da região. Em março, o Governo Federal anunciou a criação de 100 novos campi de Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia (IFs), com 38 deles destinados ao Nordeste, evidenciando a importância estratégica da educação profissional e tecnológica para o crescimento regional.

Essa expansão faz parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que destinará um total de R$ 3,9 bilhões, dos quais R$ 2,5 bilhões serão utilizados na construção dos novos campi e R$ 1,4 bilhão para melhorias nas unidades existentes.

Especialistas ouvidos pelo Investindo por Aí destacam que o futuro da economia, das empresas e dos empregos depende da economia do conhecimento, um ativo fortemente fomentado pelas universidades e extremamente necessário para o futuro das empresas.

Parcerias estratégicas para o desenvolvimento sustentável

Renan Laurentino, economista e especialista em desenvolvimento regional, enfatiza a relevância das universidades no ecossistema de inovação, destacando as parcerias entre universidades, empresas e governo. “Todas as universidades, sejam federais, estaduais ou privadas, desempenham um papel crucial no desenvolvimento por meio da pesquisa e extensão. Elas são fundamentais no ecossistema de desenvolvimento, que integra governo, universidades e empresas, facilitando um crescimento mais amplo”, afirmou Laurentino.

Ele também ressaltou a importância da capacitação de professores e da pesquisa acadêmica como soluções para as demandas do setor privado e público. “As universidades são responsáveis por capacitar seus professores e por encontrar soluções para as necessidades apresentadas por empresas privadas e públicas. O governo, por sua vez, tem o papel de financiar, como observado em Alagoas, com a FAPEAL, e em nível nacional, com o CNPq, que subsidiam projetos essenciais para o desenvolvimento regional”, explicou.

Renan Laurentino

Laurentino ainda mencionou os desafios orçamentários enfrentados pelas universidades públicas diante da expansão de novos campi. “Embora o governo atual esteja ajustando as contas, a expansão de novos campi ocorreu principalmente no interior, com institutos e universidades federais se estabelecendo em municípios menores. Agora, o foco é manter adequadamente as estruturas existentes, pois criar novos campi exige recursos muito elevados”, ponderou.

O papel das universidades privadas

O economista também destacou o papel crescente das universidades privadas no cenário educacional e de inovação, especialmente por sua flexibilidade em atender diferentes públicos e contribuir para o desenvolvimento social.

“As universidades privadas, especialmente as faculdades católicas e grandes corporações de ensino superior, têm se destacado, particularmente nos programas de pós-graduação. Elas atendem a públicos específicos com maior flexibilidade, como cursos noturnos e de Educação a Distância (EAD), algo que as universidades públicas ainda não conseguem oferecer na mesma escala”, observou Laurentino.

Apesar dos desafios, tanto as universidades públicas quanto as privadas no Nordeste continuam desempenhando um papel crucial na formação de talentos, promoção da inovação e impulsionamento do desenvolvimento econômico da região, consolidando-se como motores do progresso regional.

Fomento à inovação e empreendedorismo

João Vicente Lima, sociólogo e diretor científico e de inovação da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas (FAPEAL), destacou a importância das universidades e centros de pesquisa na formação de profissionais e na promoção da economia regional. “Universidades, centros universitários, grupos de pesquisa, laboratórios e INCTs [Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia] são fundamentais para o desenvolvimento local, regional e mundial. Estamos na era da sociedade e economia do conhecimento, onde o futuro das empresas e negócios está profundamente ligado ao conhecimento”, afirmou.

Lima também mencionou o papel das agências de fomento, como a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação de Alagoas (Secti) e a FAPEAL, na promoção de projetos de pesquisa e no apoio ao empreendedorismo inovador. “Esses editais apoiam empreendedores com recursos para investir em seus negócios e garantir sustento, permitindo foco no desenvolvimento de suas ideias. Além disso, eles recebem mentorias qualificadas para acelerar seus projetos”, explicou Lima, enfatizando que muitos desses empreendedores são provenientes de universidades ou programas de pós-graduação.

O apoio à pesquisa e à formação de profissionais altamente qualificados nas universidades, segundo Lima, é um investimento direto na criação de startups e novas empresas de base tecnológica. “A Secti e a FAPEAL incentivam o desenvolvimento de projetos de pesquisa, disponibilizando recursos para professores e seus grupos de pesquisa, o que se reflete na pós-graduação e, eventualmente, na criação de novas empresas e empregos”, concluiu.

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